Cinema e literatura: Manoel de Oliveira, José Régio e o pensamento crítico da revista Presença

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Mariana Veiga Copertino Ferreira da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192993
Resumo: Esta tese propõe um estudo da produção cinematográfica de Manoel de Oliveira, conceituado cineasta, com enfoque na influência que esta obra recebeu do presencismo português, detectável, sobretudo, na relação que ela estabelece com outras artes e, dentre elas, especialmente com a literatura. Tendo vivido até os 106 anos de idade, Oliveira foi um dos poucos artistas que viram as transformações socioculturais pelas quais o mundo passou ao longo do século XX. Sua produção cinematográfica inicia-se em 1931, com Douro faina fluvial e avança pelos anos seguintes com filmes que variam entre curtas e longas-metragens. O momento inicial do cinema de Manoel de Oliveira coincide com o auge da revista presença em Portugal e a relação do cineasta com essa “Folha de Arte e Crítica” se estreita à medida que intensifica sua amizade com José Régio, um dos idealizadores do periódico. Régio apresenta ao jovem Oliveira as inovações estéticas propostas pela presença e a forma renovadora pela qual ela defendeu a divulgação do conceito de arte que denominou “Literatura Viva”. Assim, o movimento presencista e a estética que Manoel de Oliveira propõe desenvolver no cinema convergem para o mesmo propósito, especialmente no que concerne às questões relacionadas à originalidade de uma obra autêntica: uma arte sincera e atemporal, que expressa a essência da alma humana e as suas relações com o contexto da vida moderna. Nossa proposta neste trabalho é fazer uma análise das obras de Manoel de Oliveira que, de alguma forma, relacionam-se com a revista modernista e, particularmente, com a produção artística de Régio, identificando os influxos que ambos exerceram sobre a produção cinematográfica do realizador. Para tanto, escolhemos revisitar os filmes oliveirianos que explicitamente relacionam-se com a revista e focalizamos uma análise pormenorizada dos aspectos presencistas na obra Benilde ou a virgem mãe, de 1975, adaptação da peça homônima escrita pelo autor vilacondense. Através desta rememoração de filmes de Manoel de Oliveira, buscamos identificar uma dimensão estética sensivelmente marcada pela inspiração advinda da proximidade entre o cineasta e os poetas e artistas que em torno da revista se reuniram, sobretudo José Régio.