Caracterização do potencial inseticida e capacidade antioxidante de Spathodea campanulata (Bignoniaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Valter Henrique Marinho [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/137974
Resumo: A família Bignoniaceae é constituída por espécies que estão espalhadas por diversos locais do globo terrestre, porém no Brasil é mais encontrada nas regiões de cerrado, Mata Atlântica e região Amazônica. Dentro dessa grande família, podemos destacar a Spathodea campanulata, uma espécie com característica peculiar, pois apresenta atividade inseticida e medicinal, dependendo do órgão vegetal utilizado. Atualmente indústrias e empresas de diversas áreas, desde alimentícias até agronegócios, vêm investindo em estudos para identificação e extração de compostos vegetais com bioatividade, uma vez que podem ser benéficos a saúde humana e menos agressivos ao meio ambiente quando comparados com os químicos sintéticos. Devido à atual demanda por estudos de espécies vegetais capazes de produzir compostos bioativos e as características da espécie Spathodea campanulata, o estudo teve como objetivo avaliar o potencial inseticida do néctar de Spathodea campanulata sobre os insetos Euschistus heros, Helicoverpa zea e Anticarsia gemmatalis. Também foram analisadas a capacidade antioxidante das flores, folhas e néctar da espécie, por meio de testes antioxidantes (ORAC, DPPH e FRAP) e quantificação de compostos fenólicos e carotenóides por HPLC. Os testes inseticidas demonstraram significativa atividade tóxica do néctar de S.campanulata sobre os insetos Euschistus heros (Fabr.), Helicoverpa zea (Boddie) e Anticarsia gemmatalis (Hübner). Posterior análise do néctar por SDS-PAGE e 2D-PAGE, revelaram um conjunto de "spots" característicos que podem ser proteínas ou mesmo peptídeos responsáveis pela atividade inseticida. Nos testes oxidantes, TBARS e degradação de albumina, foram observados alta atividade oxidativa do néctar não desnaturado quando comparado com o desnaturado. Em relação à avaliação da capacidade antioxidante, pelos métodos do FRAP, DPPH e ORAC, as amostras de folhas tiveram os melhores resultados, seguidos das amostras de flores e néctares. O mesmo padrão foi observado no teste de quantificação do teor de fenóis totais. Na caracterização dos compostos bioativos em folhas e flores foi possível detectar predominância de compostos fenólicos (ácido caféico, ácido ferúlico e rutina) e carotenóides (luteína, zeaxantina e β-caroteno). Em ambas as análises, as amostras de folhas e flores apresentaram maior concentração quando comparadas com os néctares. Diante dos resultados, é possível concluir primeiramente que o néctar de S.campanulata apresenta atividade inseticida e que essa ação pode ser promovida por proteínas com efeito tóxico direto ou indireto aos insetos. As folhas e flores da espécie podem servir como uma fonte interessante de metabólitos secundários, com atividade fitoterápica e antioxidante, de destacado interesse industrial nas áreas alimentícia, farmacêutica e cosmetológica.