Significados em ensino de química: uma perspectiva wittgensteiniana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Domingues, Lucas Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217589
Resumo: Estudar os processos de elaboração de significados é essencial para a área de ensino, considerando que o papel da linguagem é central nesses processos. Contudo, ainda há aspectos a respeito da elaboração de significados que as principais formas de análise da área de ensino ainda não dão conta. A Química apresenta aspectos empíricos na própria constituição de suas representações e teorias. Com isso, as possíveis relações entre linguagem e os aspectos empíricos presentes nos conhecimentos científicos são relevantes para a compreensão de processos de ensino e aprendizagem de ciências e Química. Uma possibilidade de compreensão dessa relação é a visão não-referencial de linguagem proposta pelo filósofo Ludwig Wittgenstein; nesta, a relação de representação não é necessária para um uso significativo da linguagem. Em nossa dissertação, procuramos contribuir com esse olhar do significado não-representacional para os estudos dos processos de significação, a partir da realização de uma revisão bibliográfica acerca de como Wittgenstein tem sido lido na área de Ensino de Ciências, mais especificamente na área de Ensino de Química, na última década. A partir dos conhecimentos obtidos na literatura, apresentamos uma profunda discussão e identificamos a necessidade de uma nova forma de olhar para os significados no Ensino de Química. Desse modo, a partir de um trabalho específico de identificação de modelos de significados, apresentamos os modelos de significados predominantes no Ensino de Química e o significado wittgensteiniano, que pode complementar lacunas existentes entre a Filosofia da Química e o Ensino de Química. A título de exemplo, mostramos como os pensamentos de Lavoisier, que tanto contribuíram com a Química e o Ensino de Química, apresentam-se claramente dentro dos modelos de significados que ainda predominam na área mesmo após séculos. E, finalmente, sugerimos e justificamos que estudos sejam desenvolvidos na direção de uma Filosofia do Ensino de Química, a partir da filosofia madura de Wittgenstein. Entendemos que as contribuições desse filósofo podem ir além da simples exemplificação de elaboração dos significados em contextos específicos, podendo fornecer elementos para uma compreensão mais ampla de aprendizagem, especialmente se alinhada às contribuições já presentes na Educação em Ciências.