Estudo ultrassonográfico da perfusão renal em cadelas com carcinoma mamário tratadas com carprofeno por longos períodos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Estrada, Cristhian Rene Vargas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192687
Resumo: Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) COX-2 seletivos possuem efeito antitumoral mais potente que os AINEs tradicionais e desencadeiam menos efeitos colaterais. Dentre estes efeitos indesejáveis cabe citar alterações gastrintestinais e da perfusão renal, quando administrados por longos períodos para o tratamento auxiliar da dor ou do próprio câncer. Com estes preceitos hipotetizou-se que o carprofeno como AINEs seletivo usado por um período de três meses tem um efeito benéfico em pacientes afetados por carcinoma mamário e que os efeitos sobre o sistema renal vão ser moderados e apenas ligados à alteração da perfusão renal e não à alteração de sua função, assim, objetivou-se avaliar a hemodinâmica renal por meio das técnicas ultrassonográficas Doppler e ultrassonografia contrastada por microbolhas (CEUS), os parâmetros clínicos e laboratoriais rotineiros de função renal e a evolução clínica de cadelas com carcinomas mamário, submetidas à mastectomia, e tratadas ou não com carprofeno. Foi realizado um estudo clínico prospetivo, aleatorizado em 26 cadelas, distribuídas equitativamente em um grupo tratado que recebeu carprofeno 4,4 mg/kg/dia por 90 dias e um grupo controle que não recebia medicação anti-inflamatória. Foram obtidos os parâmetros Dopplerfluxométricos da artéria renal, caraterísticas da perfusão renal pela CEUS, análises celulares e bioquímicas hematológicas e analise clínicas uma vez por mês durante seis meses. Estes dados foram submetidos a comparação entre os grupos e momentos pela análise de variância (ANOVA) em um desenho inteiramente casualizado com medidas repetidas (p<0,05). No exame ultrassonográfico em modo B, observou-se que os rins apresentaram tamanho, arquitetura, ecotextura e ecogenicidade dentro dos parâmetros normais, no entanto, dentre todas as variáveis avaliadas, apenas a área da artéria renal, foi significativamente maior no grupo tratado com carprofeno durante todo o período experimental, não obstante, nos exames laboratoriais o hematócrito e a hemoglobina foram similares em ambos os grupos, apresentando aumento significativo e gradativo após três meses de tratamento, por outro lado, o VCM, HCM e CHCM, foram maiores nos animais tratados com carprofeno sem alterações no tempo, já nos exames bioquímicos, a ALT foi o único parâmetro com alteração significativa, sendo maior no grupo tratado do que no controle. Nas condições estudadas, pode-se concluir que o uso de carprofeno por 90 dias causa mínimas alterações na perfusão renal, nos parâmetros eritrocitários e na atividade da alanina aminotransferase, reduz a proporção de células inflamatórias no sangue, não resulta no desenvolvimento de lesão renal, nem altera a taxa de mortalidade. Desta forma considera-se que a implementação deste medicamento na rotina veterinária, pode ser realizada com segurança em pacientes que requeiram tratamento auxiliar do câncer.