Representando disputas, disputando representações: cientistas sociais e campo acadêmico no ensino de sociologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Moraes, Lívia Bocalon Pires de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/138233
Resumo: A pesquisa parte do estudo das ciências sociais, embasando-se na teoria sociológica de Pierre Bourdieu para construí-las teórica e metodologicamente como espaço social acadêmico vinculado ao campo acadêmico, isto é, como lócus de atuação profissional de um conjunto de agentes dotados de concepções, objetivos e interesses comuns, simultaneamente diferenciados dos participantes de outras ciências, e distintos entre si. Seu objetivo é compreender de que maneiras o caráter específico da luta por autoridade científica no espaço social acadêmico das ciências sociais, com suas regras de funcionamento explícitas e incorporadas, configura o caráter das disputas concernentes ao processo recente de institucionalização da obrigatoriedade do ensino de sociologia no Ensino Médio (1997-2008), em especial quanto às relações e representações de Amaury Moraes, Elisabeth Guimarães, Heloísa Martins, Ileizi Silva, Lejeune de Carvalho, Nelson Tomazi e Sueli Mendonça, cientistas sociais pioneiros na defesa desta institucionalização. Para realizar este intuito, construo um histórico da constituição do espaço social acadêmico no Brasil, adotando como recorte temporal o ano de 1964, e a posterior implantação, pelos governos militares, de uma política educacional voltada à institucionalização da pós-graduação e à centralidade das agências de fomento no setor de Ciência e Tecnologia do país, refletindo acerca do impacto destas para a área das ciências sociais e seus integrantes, e da gradual valorização de determinadas formas de fazer científico, e de fazer-se cientista neste espaço social, por elas acarretadas. Em seguida, com base na análise da organização do currículo Lattes, e em dados obtidos nas plataformas virtuais da Capes e do CNPq, esboço a estrutura deste espaço social, indicando os principais instrumentos e estratégias para aquisição de capital científico, e identificando os agentes e instituições dominantes, bem como as posições ocupadas pelos agentes e instituições vinculados ao ensino de sociologia. Realizo um estudo das trajetórias acadêmicas dos sujeitos da pesquisa, analisando o capital simbólico detido por eles no espaço social e sua relação com a defesa do ensino de sociologia, e elaboro, a partir de entrevistas semiestruturadas feitas com cada um deles, uma espécie de histórico do processo de institucionalização do qual participaram, enfatizando seu envolvimento e a rede de relações pessoais e institucionais que gradativamente se constituiu, bem como suas concepções acerca de suas ações e das relações atinentes a elas. Analiso as resistências ao ensino de sociologia e as disputas internas ao grupo dedicado à sua implantação e estudo, compreendendo as representações dominantes relativas a este ensino e ao significado de ser cientista social no interior do espaço social acadêmico das ciências sociais.