Leptospirose em Didelphis albiventris (gambá-de-orelha-branca) e em humanos em Minas Gerais no período de 2001 a 2017

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Talita Ribeiro [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217758
Resumo: A leptospirose é uma zoonose causada por bactérias do gênero Leptospira. O objetivo deste trabalho foi estudar a ocorrência de Leptospira spp. em Didelphis albiventris (gambás-de-orelha-branca) na região Sul de Minas Gerais, avaliar a ocorrência de leptospirose em humanos no Estado de Minas Gerais no período de 2001 a 2017 e analisar a relação entre a precipitação pluviométrica e a taxa de incidência de leptospirose humana no Estado de Minas Gerais de janeiro de 2001 a dezembro de 2017. Com relação à pesquisa com os gambás-de-orelha-branca, foram testados na MAT sete amostras de soro mas não foram encontrados animais sororreagentes nem foi obtido isolamento das amostras de urina. Em humanos em Minas Gerais, no período de 2001 a 2017, foi realizado um estudo observacional do tipo ecológico. O número de casos de leptospirose variou de 53 a 112 por ano, a taxa incidência variou de 0,99 a 7,14 casos por 1.000.000 habitantes, a taxa de mortalidade variou de 1,10 a 11,43 óbitos por 10.000.000 habitantes e a taxa de letalidade variou de 8,22 a 20,99 óbitos por 100 casos. A distribuição anual demonstrou um padrão de sazonalidade dos casos de leptospirose. Ao longo dos meses, a maior ocorrência da doença foi observada nos períodos chuvosos, de outubro a março. Nos meses de transição entre a estação chuvosa e a seca (abril) e da estação seca para a chuvosa (setembro) ainda foi observado um número maior de casos que poderiam estar associados às chuvas do mês anterior ou ainda às chuvas de final e início de estação, respectivamente. Nos demais meses, os casos que ocorreram não apresentam relação direta com a precipitação, pois são meses com baixa pluviosidade. Analisando a série histórica verificou-se que picos da taxa de incidência de leptospirose ocorreram após picos de precipitação. Embora muitas pesquisas tenham demonstrado a ocorrência de anticorpos contra Leptospira spp. em gambá-de-orelha-branca em outras localidades, na região Sudoeste de Minas Gerais não se encontraram sororreagentes nem se obteve multiplicação em meio EMJH. No Estado, a doença ocorreu mais em homens, brancos, adultos, tendo o ambiente urbano e o domiciliar como os mais importantes para o contato com a bactéria. O presente estudo também demonstrou que no Estado de Minas Gerais a leptospirose é endêmica e que a sazonalidade dos casos está fortemente associada ao aumento da precipitação pluviométrica.