Estudo fitoquímico de Aristolochia cordigera e síntese de lignanas com potencial antimalárico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pereira, Marcos Donizete Peliçon [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150089
Resumo: Este trabalho descreve um estudo comparativo da variabilidade química intraespecífica de espécies de Aristolochia cordigera, coletadas em duas regiões diferentes do Brasil, Bioma Cerrado (semiárido) e Bioma Amazônia (litoral). A utilização de CG-EM e métodos estatísticos levaram a identificação de 56 compostos. Altas concentrações de palmitona e germacreno-D nos extratos hexânicos de folhas das plantas destes respectivos biomas, caracterizam a procedência da planta. Os estudos fitoquímicos dos extratos levaram ao isolamento e identificação de 19 compostos conhecidos, incluindo lignanas, neolignanas, ácidos aristolóquicos, indol-β-carbolina e alcaloides indólicos. Além disso, dois novos alcaloides indólicos, 3,4-dihidro-hirtiosulawesina e 6-O-(β-glucopiranosil)hirtiosulawesina foram isolados e cis-eupomatenoide-7, uma nova neolignana, foi obtida em mistura com o seu isômero conhecido eupomatenoide-7. Suas estruturas foram determinadas por métodos espectroscópicos, principalmente por RMN 1D e 2D e HRESIMS, sendo que a ocorrência de alcaloides indólicos está sendo descrita pela primeira vez na família Aristolochiaceae. Também foram avaliadas a susceptibilidade in vitro de formas amastigotas intracelulares e formas promastigotas de Leishmania amazonensis dos alcaloides e do eupomatenoide-7. Esta neolignana apresentou baixa atividade contra formas promastigotas (IC50 de 46 μM) e toxicidade contra formas amastigotas em concentrações de 50 e 100 μM, enquanto que os alcaloides não apresentaram atividade inibitória nas mesmas condições experimentais. Varios dos alcaloides isolados também foram avaliados in vitro contra Plasmodium falciparum. O alcaloide 6-O-(β-glucopiranosil)hirtiosulawesina exibiu atividade, com um valor de IC50 de 5 μM e um índice de selectividade (IS) superior a 50. A lignana 8-epi-aristoligona e 35 análogos desta, com diferentes substituintes nos anéis A e C foram obtidos por síntese. A lignana também foi transformada em ariltetralóis e ariltetralenos. A atividade antiplasmodial destes derivados foi avaliada. Os derivados mais ativos foram 4'-bromo-4,5-dimetoxi-2,7'-ciclolignan-7-ona e 3',4'-dimetoxi-4,5-dimetil-2,7'-ciclolignan-7-ona, com IC50 = 1,3 ± 0,8 μM e IC50 = 2,6 ± 0,8 μM, respectivamente. Assim, a avaliação da atividade inibitória in vitro contra L. amazonensis e P. falciparum sugere que os compostos isolados de A. cordigera assim como os derivados sintéticos obtidos podem ser investigados como novos “scaffolds” moleculares para o desenvolvimento de fármacos antiparasitários.