Efeitos do inseticida flupiradifurona e dos fungicidas piraclostrobina e fluxapiroxade no comportamento e morfofisiologia de Melipona scutellaris

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Inoue, Lais Vieira Bello [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/261125
Resumo: As abelhas nativas sem ferrão da espécie Melipona scutellaris são essenciais para os ecossistemas naturais e a alimentação humana. No entanto, estes insetos podem ser expostos a diversos estressores, sobretudo aos agrotóxicos. Os agrotóxicos são classificados de acordo com seus organismos alvos e são comercializados como produtos formulados. Considerando o impacto dos agrotóxicos em organismos não-alvo, este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do inseticida à base de flupiradifurona e do fungicida à base de piraclostrobina e fluxapiroxade, de forma isolada e combinada na sobrevivência, comportamento e morfofisiologia do intestino médio e dos túbulos de Malpighi de forrageadoras de M. scutellaris. Para isso, forrageiras de M. scutellaris foram coletadas e divididas nos seguintes grupos experimentais: inseticida (6 ng/μL de flupiradifurona), fungicida (0,1 ng/μL de piraclostrobina e 0,05 ng/μL de fluxapiroxade) e inseticida + fungicida, sendo este uma mistura das duas soluções anteriores (flupiradifurona: 3 ng/μL, piraclostrobina: 0,05 ng/µL e fluxapiroxade: 0,025 ng/µL). Inicialmente, os indivíduos foram expostos cronicamente aos produtos por via oral para o registro de sobrevivência e, de acordo com o resultado, uma nova exposição foi realizada para avaliar o comportamento e índices de lesão dos órgãos. Os dados obtidos passaram por análises estatísticas utilizando o software GraphPad Prism. Os resultados obtidos demonstraram que as abelhas expostas aos agrotóxicos exibiram alta mortalidade em comparação ao grupo experimental de controle. Ainda, as abelhas do grupo inseticida registraram alterações significativas na mobilidade ao longo do experimento e, todos os grupos experimentais demonstraram alterações nas médias de velocidade média, número de paradas e distância percorrida. As imagens histológicas também revelaram a presença de três níveis de lesão no intestino médio (eliminação de células, secreção apócrina, esferocristais, vacuolização e núcleos picnóticos) e túbulos de Malpighi (esferocristais, vacuolização e núcleos picnóticos) após um breve período de exposição. Os dados inéditos obtidos neste trabalho revelaram que, mesmo em curto prazo, ambos os produtos formulados prejudicam a saúde e a sobrevivência das espécies, interrompendo a dinâmica interna da colônia e consequentemente levando ao seu enfraquecimento.