Tradução e adaptação cultural da avaliação dos processos de leitura (PROLEC-SE R) para escolares do Ensino Fundamental ciclo II e do Ensino Médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Adriana Marques de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/149927
Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo traduzir e adaptar culturalmente as provas de avaliação de leitura – PROLEC-SE R, bem como caracterizar o desempenho dos escolares do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental ciclo II e da 1ª a 3ª série do Ensino Médio nessas provas. Para atender ao objetivo, foi necessário organizar esta pesquisa em três estudos. No Estudo 1, foi realizada a tradução e a adaptação cultural do PROLEC-SE R respeitando-se os estágios de adaptação transcultural. O estudo piloto foi realizado em uma amostra de 70 escolares do Ensino Fundamental e Médio. O Estudo 2 foi realizado a partir da identificação da necessidade de se obter palavras de alta e de baixa frequência, próprias para o Brasil, que pudessem servir de estímulo linguístico para procedimentos de avaliação e intervenção em leitura nesta população. Para tanto, foi realizada uma pesquisa aplicada a partir das palavras (apenas substantivos) retiradas do material didático de língua Portuguesa, da rede de ensino do Estado de São Paulo. Para a classificação das frequências, utilizou-se os tercis da distribuição, frequência média e ponto de corte dos tercis. Nessa etapa, foram avaliados 224 alunos do Ensino Fundamental II (G1: 6º ano, n= 61; G2: 7º ano, n= 44; G3: 8º ano, n= 65 e G4: 9º ano, n= 54) e 134 do Ensino Médio (G5: 1ªsérie, n=44; G6: 2ª série, n= 44 e G7: 3ª série, n= 46). As palavras foram apresentadas aos escolares para leitura, em voz alta, em duas sessões. O banco de palavras do Ensino Fundamental II foi denominado E-LEITURA II e o do Ensino Médio E-LEITURA III, ambos constituídos por 1659 palavras. O Estudo 3 é um estudo de corte transversal cujo objetivo é caracterizar o desempenho dos escolares do Ensino Fundamental II e os do Ensino Médio nas provas do PROLEC–SE R. A adaptação brasileira do PROLEC-SE R foi aplicada em 436 escolares, sendo 221 do ensino público estadual (G1: 6º ano, n=30; G2: 7º ano, n=33; G3: 8º ano, n= 35; G4: 9º ano, n=31; G5: 1ª série, n=32; G6: 2ª série, n=30; G7: 3ª série, n=30) e 215 do ensino particular (G1: 8º ano, n=31; G9: 7º ano, n=31; G10: 8º ano, n=30; G11: 9º ano, n=31; G12: 1ª série, n=30; G13: 2ª série, n=31; G14: 3ª série, n= 31). O procedimento é composto de duas versões, uma coletiva e a outra individual (aplicadas em dias separados), cada versão contempla a avaliação de três processos de leitura: lexical, sintático e semântico. Foram utilizadas ferramentas de estatística descritiva e análise bivariada (α 5%). A partir da aplicação do PROLEC-SE R identificou-se que os processos de leitura não estão igualmente estabelecidos em todos os anos de ensino, em especial, no que diz respeito à compreensão de leitura. Verificou-se que a frequência de ocorrência das palavras afeta o desempenho dos escolares, que quanto maior a extensão das pseudopalavras maior a heterogeneidade e a diferença no número de acertos, que as palavras reais são lidas mais rapidamente do que as pseudopalavras, diminuição no número de acertos e aumento do tempo de leitura conforme a extensão nas palavras de baixa frequência de ocorrência e pseudopalavras, que as questões inferenciais geraram mais dificuldades do que as literais, que os escolares do ensino público e particular se diferenciam nas provas nas quais o uso da ortografia auxilia sua leitura e nas pseudopalavras longas, na qual a extensão aumenta o grau de dificuldade na leitura e, por fim, que há diferença entre os escolares do ensino público e particular nas provas do processo sintático e semântico, com desempenho superior dos escolares do ensino particular. A adaptação do PROLEC-SE R foi bem-sucedida, uma vez que refletiu a realidade brasileira no que diz respeito às lacunas e fragilidades do sistema educacional. Espera-se que a presente investigação abra possibilidades para novas pesquisas, no que se refere aos escolares do Ensino Fundamental II e do Médio, tanto para a caracterização do desempenho em leitura em escolares, considerados com bom desempenho acadêmico, como para os escolares com suspeita de dificuldades na aprendizagem ou com diagnóstico que interfere em seu aprendizado.