Espondilectomia parcial ventral cervical com osteotomia piezoelétrica e convencional em coelhos (Oryctolagus cuniculus)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Roscamp, Marcelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152285
Resumo: A cirurgia piezoelétrica ou piezocirurgia é utilizada há várias décadas, porém em medicina veterinária são escassos os artigos publicados utilizando esta modalidade em cirurgias descompressivas da coluna vertebral de cães e gatos. Assim, aventou-se com esse trabalho investigar a aplicabilidade da mesma na realização da espondilectomia parcial ventral cervical (EPVC), comparando-a com a técnica convencional que utiliza brocas esféricas de alta rotação para o desgaste ósseo, utilizando o coelho (Oryctolagus cuniculus) como modelo experimental de cães e gatos. Para tanto foi utilizado o aparelho médico Mastersonic®, que possui duas peças de mão, uma piezoelétrica com ponteira ultrassônica tipo cinzel delicado (T1) e na outra, motor de alta rotação com brocas esférica de 2 mm (técnica convencional) (T2). A EPVC foi realizada entre a terceira e quarta vértebras cervicais e cada técnica foi realizada em 15 animais, devidamente anestesiados, os quais foram avaliados quanto à duração de cada etapa da cirurgia, variações de temperatura durante a execução da EPVC, visibilidade do campo cirúrgico, complicações trans e pós-operatórias e monitoração anestésica. Aos 14, 28 e 56 dias de pós-operatório (PO), cinco animais de cada tratamento foram submetidos à eutanásia e realizado estudo histopatológico do local da cirurgia, avaliando à resposta inflamatória, à cicatrização óssea e as lesões medulares. Os resultados mostraram que T1 demandou mais tempo para a execução da curetagem e maior perda de temperatura no foco cirúrgico durante a cirurgia. O tempo de acesso cirúrgico reduziu progressivamente em torno de 50% até o oitavo procedimento de cada tratamento (T1 e T2), e após isso se manteve com a mesma duração nos dois tratamentos. O tempo de uso do aparelho foi mais homogêneo em T1 e diminuiu progressivamente em T2, mas ao avaliar o tempo total da técnica de EPVC, não houve diferença entre os tratamentos. O T1 proporcionou melhor visibilidade do campo cirúrgico, com apenas um caso de sangramento ósseo, contra seis casos em T2. Observaram-se quatro casos de hemorragia de seio venoso vertebral durante a curetagem no T1 e dois casos no T2. Também ocorreram três casos de déficits proprioceptivos transitórios, com duração de até 72 horas no T1. A temperatura corporal e a taxa de uso do isoflurano decaíram com o tempo nos dois tratamentos, assim como a frequência cardíaca em T1. No estudo histopatológico observou-se resposta inflamatória mais ativa em T1 aos 14 dias de PO, porém aos 28 e 56 dias de PO foi semelhante entre os tratamentos, assim como a cicatrização óssea. Ainda houve mais lesões medulares com a piezocirurgia (T1), principalmente aos 14 e 28 dias de PO, com presença de malácia, esferócitos e células “Gitter”. Enquanto que na técnica convencional (T2), notou-se discreta degeneração Walleriana, apenas aos 14 dias de PO. Conclui-se que a piezocirurgia é aplicável na realização da EPVC com excelente visibilidade do campo operatório, facilidade de manuseio e rápida curva de aprendizagem, no entanto, demandou maior tempo para execução da espondilectomia e provocou mais complicações cirúrgicas e de lesões medulares, quando comparada à técnica convencional.