Curtobacterium flaccumfaciens PV. flaccumfaciens: aspectos epidemiológicos e variabilidade genética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Gonçalves, Ricardo Marcelo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/133962
Resumo: Uma das principais doenças bacterianas que acomete a cultura do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) no Brasil é a murcha-de-curtobacterium, causa por Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens (Cff). Até o momento são escassas as informações a respeito da sobrevivência da bactéria no cultivo do feijoeiro, fato que pode interferir no manejo e controle da doença, além de informações a respeito da variabilidade genética da bactéria. Assim, esta pesquisa teve por objetivos analisar o potencial de algumas coberturas de inverno como hospedeiras alternativas de Cff, avaliar o efeito destas culturas aplicadas em sistema de rotação com o feijoeiro na incidência e severidade da doença, avaliar o comportamento de genótipos de feijoeiro que melhor se adaptam à doença em regiões do estado do Paraná, verificar a sobrevivência de Cff como células livres no solo e analisar a variabilidade genética da bactéria pela técnica de análise por sequências multilocus (MLSA). Foi observado que Cff pôde colonizar epifiticamente ou endofiticamente a aveia preta, trigo, aveia branca, cevada, azevém e canola. Os cultivos prévios da aveia preta e do trigo propiciaram o aumento da incidência e severidade da doença no feijoeiro, bem como redução no peso médio de 100 grãos. A produtividade média do feijoeiro teve uma redução de 50,64% em uma área com maior intensidade da doença, com parâmetros agronômicos (número de vagens/planta, número de grãos/planta, peso dos grãos/planta e peso de 100 grãos), menores no local com maior incidência da doença. O cultivo prévio do milho e da soja propiciaram redução da incidência de Cff e aumento na produtividade do feijoeiro. As cultivares IPR Juriti e IPR Tuiuiú apresentaram maior nível de resistência à doença e foram as mais produtivas no Paraná. Houve diferença do período de sobrevivência como células livres entre isolados de Cff no solo (22 a 34 dias) e entre diferentes solos (30 a 94 dias). A sobrevivência no solo sob condições de campo variou de 34 a 80 dias, sendo observada a influência da temperatura e umidade no período de sobrevivência a campo. A técnica molecular empregada para detecção de Cff diretamente do solo possibilitou detecções em concentrações mínimas de 5x105 a 5x106 UFC/g de solo, sendo que Cff não foi detectada nos solos dos ensaios de campo conduzidos em 2012 e 2013, no Paraná. O estudo de MLSA com seis genes housekeeping evidenciou grande diversidade genética entre isolados de Curtobacterium flaccumfaciens coletados de diferentes países e hospedeiros, possivelmente devido recombinações e seleção purificadora durante o processo evolutivo da espécie; foi observado que não há correlação entre classificação filogenética com o local e hospedeiro.