Dinâmica de populações das aves limícolas residentes e migratórias no litoral sul paulista.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Esparza, Karina Anahí Ávila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214433
Resumo: Diversos organismos são dependentes da estabilidade e da dinâmica ambiental existente ao longo dos ecossistemas costeiros e oceânicos. Dentre esses organismos, as aves aquá-ticas se destacam por apresentarem uma elevada dependência de áreas específicas para reprodução, alimentação, e principalmente para a realização dos deslocamentos migrató-rios. O grupo de aves mais representativas dos ambientes das zonas costeiras são as da ordem Charadriiformes. Os estudos sobre aves costeiras no Estado de São Paulo são escassos, principalmente no litoral centro. O presente estudo visou analisar a dinâmica de populações das aves limícolas residentes e migratórias nas praias de Peruíbe e Itanhaém-SP e analisar os padrões de abundância. Foram realizados um total 92 amostragens ao longo de 14 meses de estudo (agosto 2019- dezembro 2020), onde foram registradas 24 espécies de aves limícolas residentes e migratórias, distribuídas em 4 famílias. Das espé-cies registradas, três são consideradas pelo CRBO como residentes, 20 como migrantes do Hemisfério Norte e uma do Hemisfério Sul. Em Geral as amostragens foram domina-das por poucas espécies, dentre o total das identificadas, as que mais se destacaram em função da regularidade de observação e em número de indivíduos foram: Charadrius semipalmatus (61,64%), Calidris alba (11,34%), Tringa melanoleuca (7,33%) e Pluvialis dominica (5,80%). Quanto aos parâmetros ecológicos, o índice de Shannon-Wiener teve seu valor mínimo de H’= 0,363 no mês de março de 2020 e o valor máximo de H’= 1,929 em setembro de 2019. Tais oscilações observadas são esperadas, pois a partir do mês de março as espécies migrantes do Hemisfério Norte começam a retornar a suas zo-nas de reprodução. O mês de setembro coincide com a chegada dessas espécies para o Hemisfério Sul. A análise de Cluster apresentou 3 agrupamentos, sendo o grupo I com-posto pelas espécies classificadas como dominantes e abundantes (C. semipalmatus, C. alba, T. melanoleuca P. dominica e C. fuscicollis), o grupo III foi composto principal-mente por espécies residentes e uma espécie migratória (H. palliatus, H. melanurus, C. collaris e C. canutus) classificadas como dominantes e pouco abundantes, e o grupo III foi composto pelas espécies observadas em menor número de indivíduos, sendo algumas com registro pontuais, e com menores frequência de ocorrência e constância (entre 1, 09 e 9,78%). O aumento do número de indivíduos de Charadriidae e Scolopacidae na praia de Peruíbe e Itanhaém durante a primavera, reforça a ideia de que este ambiente é um importante ponto de parada no sudeste brasileiro, confirmando a utilização da rota do Atlântico para diversas espécies durante a migração ao sul (setembro-outubro), sendo um ponto de parada e invernada (Stopover), especialmente para Charadrius semipalmatus, Calidris alba, Pluvialis dominica e Tringa melanoleuca durante sua migração para o sul da América do Sul.