Nas trilhas do velho professor: transformações dos rituais e das festas religiosas a partir da obra de Carlos Rodrigues Brandão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Horta, Ana Paula Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/238029
Resumo: Este trabalho aborda as transformações, permanências, continuidades, refluxos e espetacularização dos rituais dentro de duas festas religiosas brasileiras. Tomando como ponto de partida algumas pesquisas de Carlos Rodrigues Brandão, este estudo interpreta dois rituais festivos que fazem parte do que aqui se convencionou chamar de catolicismo popular brasileiro: a Folia de Reis de Minas Gerais e a Festa do Divino de Pirenópolis, Goiás, cujo enfoque são as Cavalhadas. Investigar o universo das festas religiosas pede o reconhecimento de uma complexidade específica, que não deve ser apreendida apenas bibliograficamente, mas também por meio da vivência da pesquisa de campo. Aplicando o método etnográfico, em sua dimensão epistemológica, enquanto modo de conhecimento, que faz da subjetividade meio para a objetividade, a pesquisa de campo foi fundamental para a realização desta pesquisa, que pode ser entendida como interpretação, destinada antes de tudo a confrontar subjetividades e delas tratar. A importância deste trabalho, portanto, reside em dar voz ao recorte de um etnógrafo notável e, a partir disso, fazer com que as vozes dos agentes das festas ecoem também em meio às dinâmicas dos rituais. Se, inicialmente, as duas festas são encaradas como pontas antagônicas do movimento de enquadramento das expressões artísticos-culturais populares frente ao processo de globalização; no decorrer deste trabalho são vistas como exemplos de diversidade. Nos dois rituais em questão, o uso de máscaras traz o tema da presença do mal no catolicismo, cujo poder não é desprezado; ao contrário, ele é assimilado ao ritual e trabalhado para que seja realizada uma transformação via batismo. Assim, a festa plural, polifônica e multifacetada comporta ambiguidades: economia e cultura, tradicional e moderno, mercado e devoção, ritual e espetáculo.