Peritonites por Estafilococos em Diálise Peritoneal: Fatores de Risco e Associados à Resposta Clínica em uma Coorte Brasileira de Pacientes Incidentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pinotti, Douglas Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191234
Resumo: A peritoniteé complicação grave e responsável pela maioria dos casos de falência da técnica de diálise peritoneal (DP). Os cocos Gram-positivos são o grupo etiológico principal, sendo os estafilococos coagulase-negativa (ECN) os germes mais comuns e o Staphylococcus aureus(S.aureus), associado a episódios mais graves e commenor frequência de resolução. O conhecimento dos fatores de risco e dospreditoresda sua evolução podem contribuir para a melhoria das estratégias de prevenção e de tratamento. Objetivo:Os objetivos do presente estudo foram avaliar os fatores de risco para o primeiro episódio de peritonite por estafilococos e os fatores associados à resolução e falência da técnica após resolução do episódio de peritonite, em uma grande coorte brasileira de pacientes em DP (BRAZPD). Métodos:De uma coorte de 5707 pacientes incidentes adultos, com mais de 90 dias de tratamento por DP, foram incluídos, entre dezembro de 2004 e novembro de 2011, aqueles que apresentaram um primeiro episódio de peritonite por S. aureus ou ECN. As covariáveis, potencialmente associadas aos desfechos, foram testadas em análise univariada e aquelas com p ≤ 0,10 incluídas no modelo multivariado. Resultados:Durante o seguimento,389pacientes apresentaram um primeiro episódio de peritonite estafilocócica. Destes, 234 foram causados por S. aureus e 155 por ECN. Os grupos que apresentaram peritonite por S. aureus ou por ECN foram semelhantes para a maior parte das características basais. Entre os pacientes com peritonite por S. aureus, houve resolução em 190 (81,2%); falência da técnica em 41 (21,6%) e18 óbitos(7,7%) relacionados à peritonite. Entre asperitonites por ECN, houve 127 casos curados (82,6%); 33 falências da técnica (25,8%), e 12 óbitos relacionadosao episódio (7,7%). Essas diferenças não foram estatisticamente significantes. HD prévia se associou a maior risco para a primeira peritonite por ECN (SHR= 1,45, p=0,03), enquanto a presença de função renal residual (FRR) (SHR=0,51, p=0,02) e cor de pele branca (SHR=0,76, p=0,049) se associaram a menor risco para as infecções por S. aureus. Peritonites por S. aureus e por ECN não diferiram quanto ao risco de não resolução e falência da técnica. A prescrição de antimicrobianos para tratamento inicial das peritonites estafilocócicas, que não a vancomicina ou cefalosporina da 1ª geração, foi fortemente associada ao risco de não-resolução (OR= 5,78, p=0,008).Conclusão:HD prévia, ausência de FRR e cor da pele não branca se associam a maior risco de peritonite, respectivamente por ECN e por S.aureus.A prescrição de antimicrobianos não recomendados pelas diretrizes internacionais se associa à não resolução das peritonites.