Ficção crossover best-seller no mercado editorial brasileiro: uma análise da produção e circulação de oito romances de língua inglesa (2000-2013)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gimenez, Queila da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204829
Resumo: Este trabalho resulta da investigação do perfil crossover de um corpus formado por oito obras selecionadas entre as listas de livros mais vendidos no período compreendido entre 2000 e início de 2017, pesquisados no acervo disponível pela revista Veja, e de 2010 ao início de 2017, constantes nas listas do site especializado PublishNews. Constituem o corpus: Harry Potter e a pedra filosofal (1997), de J. K. Rowling; As vantagens de ser invisível (1999), de Stephen Chbosky; A menina que roubava livros (2005), de Markus Zusak; Crepúsculo (2005), de Stephenie Meyer; Jogos Vorazes (2008), de Suzanne Collins; A culpa é das Estrelas (2012), de John Green; A seleção (2012), de Kiera Cass; Extraordinário (2012), de R. J. Palacio. Com o objetivo de testar a hipótese inicialmente levantada de que o corpus é representativo de um conjunto de obras que agradam leitores de faixas etárias distintas, enquadrando-se, portanto, nas ideias defendidas por Sandra Beckett (2009) e Rachel Falconer (2009; 2010) a respeito da modalidade de ficção denominada crossover, a investigação focou-se em três aspectos. O primeiro deles refere-se a uma revisão do conceito e da ocorrência da ficção crossover na literatura mundial e de sua proeminência na contemporaneidade, com base nos estudos das duas pesquisadoras. O segundo analisa o grande sucesso de vendas obtido por esses títulos, sob uma perspectiva da produção cultural de massa, segundo a visão de Umberto Eco ([1964] 2011) e Edgar Morin ([1962]; [1975] 2018). O terceiro ponto diz respeito à análise de um conjunto de aspectos temático-formais das obras que compõem o corpus, que foi submetido à grade-modelo desenvolvida por João Luís Ceccantini (2000). Os resultados obtidos apontam para um conjunto literário composto por romances nos quais se verificam, tanto na organização e composição das narrativas, como na abordagem dos temas, marcas comuns à ficção crossover, quais sejam: a presença de jovens protagonistas em processo de amadurecimento, o desencadeamento lógico-causal das ações, uma gama de temas considerados universais, como o amor, a dor, a perda, a morte e sua superação, e a exploração desses temas tanto por meio do fantástico quanto de representações realistas.