Sepse tardia em prematuros de muito baixo peso: experiência de um centro universitário terciário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gerios, Ludmila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192915
Resumo: Introdução: A sepse tardia (ST) é um grande desafio para neonatologistas por ser frequente e grave. Objetivos: Em prematuros de muito baixo peso (PT MBP): investigar a incidência da ST, clínica e confirmada, e a distribuição dos agentes etiológicos; analisar os fatores de risco; avaliar o prognóstico da sepse em curto prazo. Métodos: Coorte retrospectiva, com coleta prospectiva de dados, aprovado pelo Comitê de Ética, realizado entre 2013-2017 na UTI Neonatal do HC FMB - UNESP. Foram selecionados todos os PT com peso de nascimento (PN) ≤ 1.500 g internados na UTI e incluídos aqueles com idade gestacional (IG) entre 23 e 33 semanas, que sobreviveram por mais de 72h e acompanhados até alta, óbito ou 120 dias de internação. Não incluídos os PT com malformações múltiplas, infecções congênitas sintomáticas. ST foi definida como sinais clínicos e laboratoriais de infecção, confirmada ou não por hemocultura (HMC). Variáveis estudadas: gestacionais, neonatais, procedimentos e agentes etiológicos. Desfechos: óbito, displasia broncopulmonar (DBP), hemorragia peri e intraventricular (HPIV) grave, leucomalácia cística e retinopatia da prematuridade (ROP) ≥ estágio 2. Comparação entre grupos: Sem ST vs ST confirmada (HMC+) vs ST clínica (HMC-). Estatística: ANOVA com comparação múltipla de Tukey ou de Wald (distribuição gama); regressão logística múltipla (stepwise e ajuste para IG). Significância: 5%. Resultados: Foram incluídos 346 PT MBP. A incidência de ST foi de 32% (21% ST confirmada e 11% ST clínica). Gram-positivos foram os agentes mais frequentes com 71% (Estafilococos coagulase negativa - 50% ); Gram-negativos 25% e fungos 4%. A mortalidade geral foi de 15%, na ST confirmada foi de 18% e na ST clínica de 41%. A comparação entre grupos mostrou que PT sépticos apresentaram menor idade gestacional, menor peso de nascimento, mais morbidades e foram mais submetidos a procedimentos invasivos. Os fatores de risco associados a ST foram (OR; IC95%): Ventilação mecânica (VM) 6.8 (2.8-16.2), dias de VM 1.04 (1.01-1.07), dias nutrição parenteral 1.05 (1.02-1.08). A ST aumentou o risco de óbito em mais de 2 vezes (2.47 (1.44-4.26)); DBP 2.12 (1.37-3.27); leucomalácia cística 6.57 (1.30-28.63) e ROP 9.13 (3.33-33.08). Conclusões: A incidência e mortalidade da ST foram altas, e os Gram-positivos os agentes mais frequentes. As práticas assistenciais foram os principais fatores de risco. A ST teve grande impacto negativo na mortalidade e no prognóstico dos PT. Estratégias para redução da ST, incluindo melhores práticas, são necessárias e urgentes.