Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Ricardo Leonel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/183642
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Resumo: |
Com base na filosofia de Michel Foucault, afirmamos que a pedagogia empregada tradicionalmente nas instituições de ensino coloca a educação sob a égide de uma lógica normalizadora disciplinar e biopolítica, sendo conduzida de acordo com os parâmetros e dispositivos de poder que atuam na disciplinarização dos corpos e na reprodução homogeneizante de subjetividades capturadas em suas singularidades. Desde um ponto de vista da filosofia como diagnóstico da atualidade, Foucault aponta para a relevância da ética do cuidado de si como problematização das práticas históricas de constituição da subjetividade. Este é o caso, portanto, da noção de “psicagogia”, que pode ser empregada para se referir a modos de subjetivação contrários à lógica disciplinar ou biopolítica, possibilitando uma relação com o conhecimento que não seja privilegiadamente de aquisição ou assimilação, mas que seja capaz de provocar mudanças no êthos, isto é, na constituição ética e política dos indivíduos. Nesse sentido, propusemo-nos aqui ao desafio de exercitar o desenvolvimento de problematizações consistentes com a dimensão política e ética da pedagogia na formação humana e, a partir da noção de psicagogia, experimentamos tecer alguns apontamentos epistemológicos sobre as possibilidades de atualização das práticas educativas, tendo em vista a necessidade ética e política de apreender os processos formativos na relação entre o sujeito, a verdade e a subjetivação. Na medida em que a psicagogia encontra o seu sentido como uma prática do cuidado de si, do governo de si mesmo, ela pode propiciar o rompimento com a produção de assujeitamento da subjetividade a que a pedagogia das habilidades e das competências está sujeita, em meio à disciplinarização e normalização dos atores escolares. A psicagogia provoca aqui um questionamento de fundo político e ético, intrinsecamente relacionado aos processos de subjetivação e de poderes institucionais que pretendem manter certo controle, pois ela escancara a monopolização de um sentido normativo de aprendizagem e o papel que ele exerce frente ao enfraquecimento das potencialidades dos aprendizes, tendo em vista a sua relação com a responsabilidade originária dos fatores de governamentalização, que dominam grande parte dos modelos de educação existentes. Admitida como uma proposta alternativa, a psicagogia revela a existência de outras possibilidades para a busca da compreensão acerca da relação entre o processo de formação e as singularidades que demandam outro cuidar, uma nova postura na forma de se conceber o como fazer pedagogia e os objetivos educacionais, pois é por meio do olhar afetivo e comprometido com a liberdade que se torna possível uma presença interessada em sala de aula, criando sentidos que correspondam aos desejos e aos fluxos de pensamentos que inclinam os sujeitos a se transformarem na relação com os saberes. |