Da produção do discurso aos usos sociais: distinção, moda e estilo na revista Vogue Brasil

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Haddad, Beatriz Sumaya Malavasi [UNESP]
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Moda; Estilo; Distinção; Consumo; Mídia; Mediações; Discurso; Subjetivação
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213623

Esta pesquisa propõe analisar os discursos relacionados às noções de moda e estilo da revista Vogue Brasil. Inspirada pela Teoria das Mediações (2015), a pesquisa articulou-se, metodologicamente, em três etapas: 1) análise temática de conteúdo das edições selecionadas, visando mapear os principais pontos de inflexão na trajetória da revista e suas temáticas centrais, bem como identificar a recorrência ou ausência dos termos “moda” e “estilo” no decorrer de sua história; 2) visita à redação e entrevistas com profissionais chaves envolvidos com a produção da revista, visando identificar as principais estratégias de comunicabilidade empregadas; 3) entrevistas com as leitoras, com vistas a captar as formas de ressignificação e usos dos conteúdos veiculados. Buscou-se desvendar as lógicas dos usos, ou seja, os sentidos atribuídos aos conteúdos veiculados pela revista, cuja compreensão se configura como um meio privilegiado para reconhecer os discursos relacionados à moda e estilo, proferidos em um contexto social, político e cultural específico, bem como suas transformações. Como pano de fundo da pesquisa, coloca-se o debate acerca da relação entre consumo e processos de subjetivação, visto que a construção da aparência, que envolve o “vestir-se”, configura-se como uma das principais modalidades de consumo distintivo e, portanto, de marcação identitária, na cultura contemporânea. A análise interna das edições selecionadas da revista revelou a incorporação de temáticas consonantes às mudanças sociais experimentadas no decorrer das décadas de 80, 90 e nos anos 2000, até 2015. Evidenciou-se, na trajetória da revista, a incorporação de temáticas presentes nos diferentes contextos históricos, como algumas pautas feministas, a menção à existência de uma moda brasileira e sua relação com a moda internacional e, sobretudo, o crescimento da noção de estilo e sua relação com a noção de moda, ponto de interesse inicial desta pesquisa. A análise dos discursos dos produtores da revista e das leitoras entrevistadas permite visualizar as estratégias de comunicação que atingiram seu objetivo, bem como apontar as formas de uso/apropriações que escapam a estas estratégias, desvendando assim, lugares ocupados pela revista no cotidiano das leitoras muito diferentes daqueles planejados pelos produtores.