Biomassa arbórea e carbono em áreas de restauração da Mata Atlântica
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/253572 http://lattes.cnpq.br/3133214673829068 https://orcid.org/0000-0002-9597-2405 |
Resumo: | As florestas em processo de restauração têm grande potencial de produtividade no estoque de biomassa e carbono, mas a escassez de equações ajustadas para diferentes sistemas e idades geram incertezas nas estimativas. Além disso, não está claro sobre quais variáveis mais contribuem para o estoque de biomassa nesses sistemas. Objetivamos, com este trabalho, analisar as estimativas de biomassa e carbono em sistema de restauração florestal na Mata Atlântica, com a finalidade de ampliar o conhecimento dos principais fatores que afetam essas variáveis e também aperfeiçoar métodos de estimativa com o ajuste de equações locais para florestas restauradas com cerca de 23 anos de idade. Pretendemos também verificar se diferentes tratamentos de restauração afetam o acúmulo de biomassa e carbono ao longo de 23 anos, e se o efeito pode ser atribuído à sua complexidade e diversidade de espécies. O trabalho foi estruturado em três capítulos. No capítulo 1, analisamos o estado da arte dos estudos sobre estoques de biomassa e carbono acima e abaixo do solo, em florestas em restauração no domínio do bioma Mata Atlântica, visando identificar os principais métodos e variáveis que mais afetam a produtividade desses sistemas. Nossos resultados mostraram que a temperatura, precipitação, idade e altitude foram os fatores que melhor explicaram o acúmulo de biomassa em sítios de restauração. Os trabalhos utilizaram, em sua maioria, equações da literatura, enquanto o ajuste de equações foi realizado principalmente para florestas jovens, com menos de 15 anos de restauração. Constatamos que o estoque de biomassa em áreas restauradas se assemelha ao de florestas nativas a partir de 25 anos. No capítulo 2, realizamos o ajuste de novas equações alométricas através do método destrutivo, e verificamos o erro da estimativa da biomassa ao usar equações gerais da literatura. Para isso, abatemos 60 árvores de 20 espécies mais abundantes (3 indivíduos por espécie), de um sistema de restauração implantado há 23 anos. A biomassa total das árvores abatidas foi de 18.499,26 kg, distribuídas entre: folhas 3,8%, galhos 38,5%, tronco/fuste 34,9% e raízes 22,9%. Comparamos o erro ao utilizar o modelo ajustado e equações gerais e não verificamos diferenças significativas para a maioria dos modelos. Concluímos que, nossos modelos ajustados fornecem estimativas confiáveis da biomassa aérea e radicular, principalmente para florestas mais maduras, devido à maior amplitude de variação no conjunto de dados. No capítulo 3, avaliamos um projeto de restauração com 23 anos de idade, com delineamento em blocos ao acaso, com sete tratamentos e três repetições em duas áreas de estudo e com diferentes tipos de solos. Nosso objetivo foi compreender melhor a relação entre diversidade de espécies e o acúmulo de biomassa em florestas restauradas por diferentes métodos de restauração. Inventariamos todos os indivíduos arbóreos com DAP (diâmetro à altura do peito) ≥ 5 cm. Comparamos os tratamentos entre si quanto à diversidade de espécies, densidade de indivíduos, área basal e estoque de biomassa e carbono. A área basal, diversidade de espécies, biomassa e carbono diferiram entre os tratamentos. Todos os tratamentos de restauração ativa foram semelhantes entre si quanto à biomassa aérea (91,97 Mg.ha-1 a 152,56 Mg.ha-1) e radicular (16,71 Mg.ha-1 a 24,68 Mg.ha-1), exceto para a restauração passiva com menor acúmulo de biomassa. O incremento médio anual total variou de 7,70 Mg.ha-1/ano-1 a 4,75 Mg.ha-1/ano-1, e a taxa de sequestro de carbono foi de 3,39 Mg./há-1/ano-1 a 2,16 Mg.ha-1/ano-1 nos sistemas de restauração ativa e de apenas 0,94 Mg.ha-1/ano-1 de carbono para a restauração passiva. A diversidade de espécies teve um papel marginal no estoque de biomassa arbórea, indicando que outros fatores devem ser explorados. Concluímos que os tratamentos ativamente restaurados têm contribuído significativamente para o acúmulo de biomassa e sequestro de carbono ao longo do tempo nessas florestas restauradas. |