Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Miranda Neto, Jose Queiroz de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/147134
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Resumo: |
As implicações espaciais da instalação de grandes projetos na Amazônia, como estradas, usinas hidrelétricas e indústrias de mineração, têm sido objeto de várias frentes de análise em Geografia no intuito de debater a respeito do papel transformador desses empreendimentos em contextos urbanos particulares. A partir de 2010, quando é liberada a licença de instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte, percebe-se uma dinâmica social diferenciada, sobretudo marcada pela produção de novas formas espaciais e novas relações que envolvem a cidade e a rede urbana. Considerando essa realidade, a presente pesquisa resolveu articular o processo de construção da usina de Belo Monte ao tema das cidades médias, tendo como como base a seguinte questão: em que medida as transformações espaciais desencadeadas a partir da instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte produzem uma reestruturação da cidade e uma reestruturação urbana? A área efetiva de estudos abrange, portanto, duas escalas de análise articuladas: a cidade de Altamira-PA, situada às margens do rio Xingu, a 54 km² de distância da área de construção da usina de Belo Monte, e a Região de Influência de Altamira (RIA). Esta última é baseada em dois estudos complementares do IBGE (REGIC de 2007 e Divisão Urbano-regional, de 2013) e corresponde aos centros urbanos situados no interfluxo entre o rio Xingu (Vitória do Xingu, Senador José Porfírio e Porto de Moz) e a rodovia Transamazônica (Altamira, Anapu, Pacajá, Medicilândia Uruará e Brasil Novo). No que se refere a Altamira, parte-se da ideia de que esta cidade atua como uma cidade média, uma vez que funciona como uma intermediadora entre as grandes cidades e os centros locais, permitindo-se adentrar aos autores que trabalham nesse campo de estudo. A pesquisa em questão possui como objetivo geral analisar os eventos resultantes da instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte em Altamira-PA e em sua região de influência (RIA), de modo a verificar em que medida produzem a reestruturação da cidade e a reestruturação urbana. Com a utilização do método dialético, pretende-se fazer a leitura do movimento, da contínua transformação, do perpétuo vir-a-ser, enfatizando-se a lei da transformação da quantidade em qualidade. Por essa perspectiva, os dados sobre a cidade (o crescimento populacional, a expansão territorial, a criação novos loteamentos e as transformações na paisagem) e os dados regionais (a intensidade das interações espaciais, os atendimentos de saúde, as diferenças do PIB municipal, as características das finanças públicas, a distribuição das instituições financeiras e as mudanças no quadro empresarial) são devidamente analisados e articulados em um modelo explicativo denominado de “nexos de re-estruturação da cidade e da rede urbana”, que situa os acontecimentos, práticas e processos espaciais de acordo com um eixo de transformação estrutural (da estruturação à reestruturação) e com a escala de análise (da cidade e da rede urbana). A tese comprovada pela pesquisa é de que os feixes de vetores desencadeados pela usina hidrelétrica promovem transformações que se vinculam tanto à estruturação (lógica mais duradoura de constituição espacial) quanto à reestruturação (rupturas nas tendências anteriores) e se apresentam em intensidades diferenciadas de acordo com cada escala analisada. Pela disposição dos nexos inseridos dentro do modelo explicativo, é possível afirmar, portanto, que as transformações desencadeadas pela usina hidrelétrica de Belo Monte possuem um caráter concentrador, com mudanças que apontam mais em direção à reestruturação da cidade que no sentido da reestruturação urbana. |