Comportamento do carbono orgânico e de atributos químicos, físicos e microbiológicos de um solo arenoso em área de conversão pastagem - Eucalipto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Sena, Karla Nascimento [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/138185
Resumo: O solo é considerado, na atualidade, o mais importante reservatório e o mais eficiente estabilizador de carbono orgânico. Por outro lado, a agricultura é considerada a segunda maior emissora de carbono, atrás apenas da emissão gerada por combustíveis fósseis. O carbono orgânico (CO) introduzido nos solos, em sua maior parte via matéria orgânica, tem papel relevante em vários atributos e destacada importância ainda mais em solos arenosos. Dentro deste contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar as alterações nos teores e no estoque de CO, a influência deste carbono sobre atributos físicos, químicos e microbiológicos do solo, em áreas de conversão pastagem-eucalipto, de reflorestamento com eucalipto e de cerrado conservado, na região leste do Estado de Mato Grosso do Sul. As coletas de solo foram realizadas nos meses de agosto e setembro de 2014, em campo, nas camadas de 0,0-0,05, 0,05-0,10 e 0,10-0,30 m. Em função do objetivo proposto foram realizadas análises de fertilidade do solo (P, MO, pH, K, Ca, Mg, H+Al, Al, S, B, Cu, Fe, Mn, e Zn), carbono orgânico total e o cálculo do Estoque de Carbono (EstC). Avaliaram-se também os atributos estabilidade de agregados, densidade (Ds), macro e microporosidade, porosidade total (PT), velocidade de infiltração da água no solo, infiltração acumulada de água, resistência mecânica do solo à penetração (RP), carbono da biomassa microbiana (CBM), respiração basal (C-CO2) e quociente metabólico (qCO2) do solo. O delineamento experimental utilizado foi em blocos inteiramente casualizados, composto por 4 blocos, com 9 repetições por bloco, totalizando 36 pontos amostrais por sistema de manejo a ser avaliado. Neste caso foram comparadas, uma área de pastagem degradada (PAST), uma área de conversão pastagem degradada-eucalipto, ocorrida há 2 anos (EU2), uma área de conversão pastagem degradada-reflorestamento com eucalipto (EU15), e uma área sob cerrado conservado (CC), considerada como controle. Ao final observou-se que a conversão do CC em áreas de cultivo comercial acelera o processo de perda do CO e da qualidade física do solo, sendo a pastagem responsável pela maior degradação do solo, apresentando resistência do solo à penetração, em nivel de restrição ao desenvolvimento da vegetação. Nestes solos, por sua textura arenosa, a análise da estabilidade de agregados necessita ser acompanhada de uma avaliação morfológica, pois este tipo de solo pode apresentar grãos de areia isolados com tamanho de macroagregados. Após 15 anos de introdução do eucalipto em área de pastagem, observam-se sinais de recuperação de alguns atributos físicos do solo, como redução na densidade e aumento na porosidade, o que não ocorre para PAST e EU2. O CC apresenta maiores conteúdos de MO, com diferenças significativas em relação aos Sistemas de Manejo (SM) em avaliação, apenas na profundidade de 0,00-0,05m, reforçando a importância da deposição de material vegetal à superfície. O comportamento da fertilidade do solo, entre os sistemas de manejo e CC, foi semelhante quanto ao teor de MO, com redução do teor de nutriente em profundidade, apontando a relação da matéria orgânica com a fertilidade e sua importância em suprir o solo, mostrando que a textura arenosa apresenta reduzida capacidade para retenção de cátions, consequentemente apresenta alto potencial de lixiviação. O estoque de carbono, também, diminui em profundidade em todos sistemas avaliados. No entanto, o CO na profundidade 0,10 a 0,30 m não apresentou influência do uso imputado ao solo, sinalizando desta forma a possibilidade de sua permanência no solo por maiores períodos. Os sistemas de uso do solo avaliados reduziram o CO e o EctC, indicando degradação do solo quando comparado ao CC. O CBM, C-CO2 liberado e qCO2 foram influenciados pelos sistemas de manejo. A liberação de C-CO2, decorrente da atividade microbiana do solo indica o CC e PAST como os SM de melhor desempenho, comprovando a influência da cobertura vegetal, do sistema radicular e da adição de dejetos bovinos sobre a atividade dos microrganismos. O estudo sugere que a integração silvopastoril seja adotada nestas areas de baixa fertilidade para preservar a qualidade dos solos.