Territorialização da monocultura de eucalipto e os impactos sobre a estrutura agrária no norte do Espírito Santo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lima, Adelso Rocha [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/144315
Resumo: Este trabalho busca analisar a territorialização da monocultura de eucalipto e os impactos sobre a estrutura agrária no Norte do Espírito Santo. A partir da década de 1960, foi iniciado plantio de eucalipto em larga escala no Norte do Estado (ao norte do Rio Doce), principalmente em alguns municípios litorâneos, para abastecer a fábrica de papel e celulose instalada no município de Aracruz na década de 1970. Instalado inicialmente sobre as áreas de uso comunal de indígenas e quilombolas, nos municípios de Aracruz, São Mateus e Conceição da Barra, esse monocultivo foi sendo expandido para o conjunto dos municípios, dando uma nova configuração à estrutura agrária capixaba. Fibria, antiga Aracruz Celulose, e Suzano Papel e Celulose, duas empresas de grande influência no Espírito Santo e as maiores responsáveis pelos impactos na estrutura agrária capixaba, têm se utilizado da justificativa de demanda internacional de papel e celulose, mas também do Estado, enquanto financiador e legislador favorável a este projeto. Desterritorializando camponeses, provocando diversos conflitos e violência nesse período, em função dos impactos causados, como é o caso da concentração da terra e da produção, da formação do deserto verde, do bloqueio à reforma agrária, da questão ambiental, impactando o campo e a cidade. A análise documental, entre outras produções bibliográficas, foi a principal fonte de investigação, complementada a partir de pesquisa de campo, ouvindo lideranças de movimentos e do Poder Público. Partindo dos conceitos estruturais, como território, mundialização do capital e de desenvolvimento, fazendo uma caracterização agrária do Espírito Santo, o trabalho faz uma abordagem sobre a geopolítica do setor celulósico e papeleiro, seus impactos e conflitos. Este trabalho não deu conta de abordar todos os impactos dos monocultivos de eucalipto, e nem era essa a intenção. Necessita, portanto, continuidade de aprofundamento sobre esses e outros aspectos. A luta é continua, assim como os conflitos, pois esses são inerentes aos divergentes projetos dos camponeses e do agronegócio, alicerçados, respectivamente, no Paradigma da Questão Agrária e no Paradigma do Capitalismo Agrário.