A emergência de um classicista digital: uma perspectiva linguística sobre a atividade de trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Reis, Michel Ferreira dos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/205055
Resumo: Este trabalho tem o objetivo de analisar o trabalho do classicista digital, caracterizando-o como um gênero profissional em emergência a partir de seu agir, dos recursos e instrumentos apropriados em suas atividades. Desse modo, foram realizadas interações verbais, mais especificamente duas entrevistas e uma instrução ao sósia (CLOT, 2006), com uma professora e pesquisadora em uma universidade alemã pertencente ao quadro docente da graduação e pós-graduação em Humanidades Digitais. Em relação ao quadro teórico-metodológico, a pesquisa se insere no Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2006, 2008, 2012) que se pauta na construção linguageira para a compreensão de agir e das representações sobre si. Além disso, os estudos na área das Ciências do Trabalho contribuem para a temática investigativa, com destaque para a Clínica da Atividade, na qual é proposta a concepção de atividade coletiva como gênero profissional (CLOT & FAÏTA, 2000; CLOT, 2006), ou seja, um sistema de regras não ditas que permeiam a relação entre sujeito e objeto. Para a coleta de dados, as entrevistas foram direcionadas por questões gerais sobre a atividade da participante, já a instrução ao sósia (CLOT, 2006) se valeu mais estritamente das atividades em ação. Posteriormente, os textos foram transcritos e anotados no software Partitur, utilizando o esquema de níveis procedimentais de análise textual (BRONCKART, 2006, 2008, 2012; BRONCKART, MACHADO, 2009; BULEA, 2010). Nos textos produzidos, a professora-pesquisadora mobiliza uma série de elementos linguísticos que permitem a caracterização de seu trabalho tanto como uma atividade docente que exige a preparação dos estudantes, quanto às problemáticas advindas da digitalização de uma herança cultural greco-romana que, até então, se mantinha na materialidade, quanto como um agir pesquisador que se mantém desde sua formação inicial por ser classicista, embora na atualidade os recursos computacionais estejam presentes nas suas ações. Ademais, seu trabalho se configura como um ambiente que envolve agentes diversos, dentre eles, os estudantes, os colaboradores, os cientistas da computação e os classicistas, fenômeno que leva a um conflito, às vezes, em relação à compreensão do agir, porém, também se mostra uma oportunidade para o aprendizado. A partir dos dados, infere-se que o gênero profissional do classicista digital se instaura quando o sujeito se apropria das tecnologias computacionais e digitais para o estudo da antiguidade clássica, bem como no ensino dos aspectos filológicos aos campos das Ciências da Computação.