Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Mello Júnior, Fernando Marques de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/252494
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Resumo: |
O desembarque da corte portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808, deu início a um intenso processo de transformações na cidade. Como nova sede da monarquia lusitana, a urbe recebeu uma série de investimentos visando à modernização de seu espaço urbano e à europeização dos costumes de seus habitantes. Esse processo de adequação de uma sociedade de hábitos coloniais à nova realidade urbana e civilizada da cidade, desenvolvido ao longo de todo o século XIX, contou com os esforços de diversos agentes, entre eles os médicos. Assim sendo, a medicina social – ramo da ciência médica que reflete e atua sobre a cidade e sua população – passa a esquadrinhar o espaço urbano do Rio de Janeiro e os fluminenses com a intenção de instituir padrões civilizados sobre a urbe e sua gente. E, nesse processo de atuação da medicina no seio da sociedade carioca, os doutores privilegiaram a mulher entre seus objetos de intervenção. Graças aos importantes papéis de mãe e de esposa que desenvolviam no interior do novo modelo familiar posto em jogo a partir de então – a família higiênica –, as mulheres foram minuciosamente esquadrinhadas pelos médicos fluminenses. Dessa forma, o presente estudo objetiva compreender a maneira como a instituição médica construiu um dos maiores temores médicos do período: a mulher histérica. Para tanto, utilizar-se-á da análise das teses produzidas pelos formandos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro entre 1837, ano da publicação de Considerações gerais sobre a alienação mental, de Antonio Luiz da Silva Peixoto, primeiro escrito da instituição a mencionar a enfermidade, e 1890, quando é defendido o estudo Da histeria no homem, de Maurillo Tito Nabuco de Abreu, momento em que se nota a inflexão no conteúdo das teses. Objetiva-se, portanto, mapear o que escreveram os médicos fluminenses a respeito da histeria com o intuito de explicitar os sintomas, as causas e os tratamentos indicados para o histerismo. Ademais, evidenciando a construção da histeria pelo pensamento médico, procura-se revelar parte das estratégias desenvolvidas pela medicina para atuar sobre a população brasileira. |