Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Gilvan Charles Cerqueira de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/144689
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Resumo: |
O edenismo como ufania nacional é um fenômeno secular no continente americano, cuja origem se deu ainda nas fases iniciais das expedições de colonização do Novo Mundo. Com o Estado nacional brasileiro não seria diferente, e o espaço geográfico receberia igual carga canônica do imaginário ufanista sobre suas características naturais como advento para o orgulho de seu povo. Com o passar dos anos, governos e olhares sobre esta carga mítica fundacional surgiram, novas interpretações foram somando-se ao substrato maior da ufania telúrica, ganhando direções diversificadas, seja do ponto de vista econômico, político, imaginário ou cultural, sempre tendo o espaço geográfico como principal aporte para a reificação do edenismo secular, mantendo-o como ideologia espacial basilar, independente dos acréscimos e releituras que se faziam do mesmo. Por estas razões, a especificidade do Brasil neste cenário de ufanismo telúrico, inerentemente associado às características de seu território, por sua extensão e diversidade natural e social, faz com que a Geografia e o pensamento geográfico apresentem amplas possibilidades de análise e discussão dos significados atribuídos à natureza, ao território, à nação e à identidade no interior do discurso canônico da mística do paraíso terreal, através de uma ideologia geográfica que inventa e reinventa a história de sua formação econômica e territorial calcada em tais valorações edênicas. O objetivo central deste estudo é o desenvolvimento da análise geográfica das ideologias do mito fundador da identidade nacional no Brasil, a partir da identificação histórica, política, econômica, espacial e social da permanência do ufanismo em relação ao território brasileiro, em específico no que tange ao recorte temporal estabelecido, qual seja, a extensão do século XX. Em conjunto com este objetivo geral, elencam-se os objetivos específicos os quais serão buscados ao longo do desenvolvimento da pesquisa, como analisar a historicidade e espacialidade da canonização do discurso edênico em relação ao Brasil, em específico no recorte temporal estabelecido para a realização desta proposta, ou seja, de 1930 a 1986; elaborar um arcabouço teórico e conceitual de sustentação dos argumentos que compõem o núcleo da premissa do trabalho, como território, ufanismo, edenismo, identidade, imaginário, nação e Estado nacional; identificar, na historiografia da formação e dinâmica do território brasileiro, os elementos que justificam a afirmativa da premissa do trabalho, qual seja, a da ufania edênica como fonte para identidade nacional; apresentar as principais ideologias geográficas vinculadas à valorização dos aspectos espaciais da nação como fundamento do seu potencial identitário, e, em particular, o caso brasileiro em relação a este processo; analisar as representações, em termos de sua aceitação, contestação ou negação, deste fundamento ideológico edênico, e a expressividade discursiva dessas representações no imaginário canônico em suas manifestações singulares. Considerando que, para a conformação do argumento analítico de um trabalho acadêmico são necessárias bases fundamentais que sustentem tal aparato teórico e metodológico, bem como que os materiais e a metodologia caminham lado a lado desde os passos de captação e organização das informações, até a interpretação deste aparato bibliográfico e das demais fontes da pesquisa, procura-se assentar um fundamento multíplice, teórica e metodologicamente amparado pela ciência geográfica, sem abdicar das correlações e contribuições das demais áreas do conhecimento neste processo. Nestas condições é que se vinculam elementos teóricos com vistas a garantir as pretensões da premissa do estudo, tais como a ideologia espacial e a historicidade e espacialidade do pensar e fazer Geografia. Em concordância com este substrato categórico e conceitual, que permeia todo o núcleo analítico da pesquisa, somam-se os instrumentos de análise, que auxiliam na construção do agrupamento, seleção, exposição e confrontação dos resultados apurados no decurso do trabalho desenvolvido. Espera-se, portanto, com a presente Tese, oferecer ao campo das pesquisas geográficas um acréscimo de referências, reflexões, fontes e associações que permitam colocar em evidência a intensa e perene presença da ufania edênica na constituição do Estado nacional brasileiro, em meio às suas complexidades, aberturas temáticas e articulações teóricas e metodológicas. |