O lixo e a conduta humana: gestão dos insuportáveis na vida urbana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Souza, Ricardo Abussafy de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103157
Resumo: A produção de saberes e práticas sobre a gestão do lixo configura-se, neste doutoramento, como objeto de intervenção no campo de formação das condutas humanas para o governo das populações. O lixo, como experiência insuportável da vida urbana, aglutinadora de matérias pútridas, inúteis e de refugos da sociedade, traduz-se, no presente estudo, na análise das formas de problematização sobre as condições de existência do sujeito moderno. Sendo assim: como se efetivam as práticas de governamentalidade das condutas, resultantes dos aglomerados populacionais urbanos na relação com seus insuportáveis, em especial, com seus dejetos? Quais os efeitos desta tensão entre a experiência das relações urbanas na modernidade e a putrescência, ou, ainda, entre o fluxo das cidades e o acúmulo de seus dejetos? Que tecnologias e procedimentos apresentam-se como instrumentos de organização das condutas? Dentro de quais parâmetros de aceitabilidade se instaura esta experiência da vida humana? Como se efetivam as boas condutas ao cabo de seu exercício? No trajeto destas análises descritivas, são apresentados três recortes fundamentais: 1- a promoção de hábitos higiênicos, responsáveis por tirar o lixo das ruas e levá-lo até as lixeiras domiciliares; 2- as diferentes personagens do lixo presentes na história da modernidade até culminar no catador de materiais recicláveis como um ator social da contemporaneidade; 3- as práticas e discursos socioambientais que almejam a salvação, não mais da alma do sujeito cristão, mas de uma única alma artificial pertencente à vida humana: a cidade. Nos processos de metamorfose das técnicas de governamentalidade, vê-se a metamorfose das substâncias consideradas como lixo, pois aquilo que se resumiu outrora em matérias pútridas e mefíticas, posteriormente, multiplica-se em objetos sintéticos, descartáveis e inúteis...