Efeito da proteína Galectina-1 em modelos experimentais de conjuntivite induzida pelo composto 48/80 ou ovalbumina em roedores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Mello, Claudia Bosnic
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Eye
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153040
Resumo: Introdução. A galectina-1 (Gal-1) é uma proteína de 14,5 kDa com afinidade aos ßgalactosídeos que contribui para a homeostase da inflamação, regulando o processo de transmigração dos leucócitos e liberação de citocinas. Contudo, o papel da Gal-1 em olhos normais e inflamados tem sido pouco estudados. Objetivo. Analisar o efeito do tratamento farmacológico com a Gal-1 recombinante (rGal-1) nos olhos de roedores utilizando dois modelos experimentais de conjuntivite. Métodos. Para o modelo de conjuntivite alérgica (CA), camundongos Balb/c machos foram imunizados via subcutânea com 5 μg de ovalbumina (OVA) nos dias 0 e 7. Nos dias 14-16, 0,3 μg/animal de Gal-1 foi instilado no saco conjuntival seguida, após 15 min, do desafio com 250 μg de OVA. Os animais SHAM (grupo controle) receberam soro fisiológico estéril. Após 4 e 24h do último desafio, os animais foram eutanasiados para coleta de sangue, olhos e pálpebras. Para o outro modelo de conjuntivite, ratos Wistar machos receberam no saco conjuntival do olho direito instilação do composto 48/80 (C48/80; 100 mg/mL), um secretagogo dos mastócitos. Como controle, o olho contralateral (esquerdo) foi instilado apenas com PBS. Outros ratos receberam em ambos os olhos instilação de 0,3 ou 3 µg/olho de Gal-1 ou 40 mg/mL de cromoglicato de sódio (SCG), e após 10 minutos, o C48/80 (olho direito) ou PBS (olho esquerdo - controle). Após 6h, os animais foram eutanasiados para coleta das pálpebras e olhos. Resultados. No modelo de CA, a instilação de Gal-1 diminuiu a proporção de mastócitos desgranulados e influxo de leucócitos na conjuntiva palpebral, assim como a produção de IFN-, em comparação com o grupo CA não tratado. A conjuntivite induzida pelo C48/80 provocou edema de pálpebras, conjuntiva e lacrimejamento, sinais clínicos reduzidos pela administração de Gal-1 (0,3 e 3 µg) e SCG. Corroborando esses achados, a administração do C48/80 aumentou a proporção de mastócitos desgranulados (62%, p < 0,01) e influxo de eosinófilos na conjuntiva palpebral em comparação com o controle (32%). Os tratamentos com Gal-1 (0,3 e 3 µg) e SCG reverteram esses efeitos, apresentando menor proporção de mastócitos desgranulados (31-36%) e eosinófilos, observações confirmadas pela presença de maiores níveis de histamina e peroxidase eosinofílica nos macerados dos olhos. Além disso, os tratamentos com Gal-1 (3 μg) e SCG diminuíram os níveis de IL-4, bem como a ativação das quinases ativadas por mitógenos (p38, ERK e JNK) em relação aos olhos ativados pelo C48/80 e não tratados. Conclusão. Nossos dados evidenciam que o tratamento farmacológico por instilação ocular de Gal-1 tem um potente efeito imunomodulador nos dois modelos de conjuntivite, indicando esta lectina como um importante alvo terapêutico na alergia ocular.