Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Costa, Juliana Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/243975
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Resumo: |
O cádmio (Cd) é um metal não essencial para os organismos. Ele está presente em baterias e pilhas recarregáveis e o seu descarte inadequado tem aumentado a concentração deste poluente nos ambientes costeiros. Embora os metais possam alterar a homeostase dos animais e causar uma redistribuição da energia que seria canalizada para as diferentes funções fisiológicas, pouco se sabe sobre o balanço energético de espécies expostas à poluentes. Portanto, nosso objetivo foi avaliar os efeitos do cádmio na fisiologia de Litopenaeus vannamei, o camarão marinho mais cultivado no mundo. Os animais foram expostos durante 30 dias à água contendo 0,1mg/L de cádmio; os animais controles foram mantidos em água sem adição de cádmio. Foi escolhida uma concentração de cádmio que realmente ocorre em águas poluídas na natureza. Quantificamos a energia ingerida diariamente e canalizada para crescimento e metabolismo ou perdida na excreção nitrogenada, exúvia e fezes. Também foi avaliado o tipo de substrato energético oxidado pelos animais, o índice hepatossomático e a osmolalidade da hemolinfa. O metabolismo foi avaliado por meio do consumo de oxigênio de animais mantidos em câmaras respirométricas fechadas e a excreção de amônia por colorimetria. Os conteúdos energéticos foram detectados em bomba adiabática. Os efeitos do metal foram avaliados pelo teste T seguido pelo SNK. Houve mortalidade (30%) apenas em L. vannamei exposto ao cádmio. Animais expostos ao cádmio canalizaram mais energia para o crescimento (33% da energia ingerida) do que os animais controles (20%). A maior parte da energia ingerida foi canalizada para o metabolismo (cerca de 40%) em ambos os tratamentos. Cerca de 30% da energia ingerida foi canalizada para as demais funções como defecação, excreção nitrogenada e muda. O tipo de substrato energético oxidado (uma mistura de proteínas e lipídeos), índice hepatossomático (cerca de 6,6) e osmolalidade da hemolinfa (cerca de 705 mOsm/Kg água) não sofreram alterações em função da exposição ao metal. Concluímos que a exposição crônica a cádmio causa hormese e altera aspectos da fisiologia de L. vannamei, inclusive o balanço energético. Nesta espécie a hormese está relacionada ao rápido crescimento, uma resposta adaptativa visto que animais maiores podem ser mais eficientes na evitação da predação e as fêmeas podem acomodar um maior número de ovos em seus pleópodos. No entanto, o crescimento dos artrópodes é dependente da troca do exoesqueleto e os animais apresentaram uma alta taxa de mortalidade na pós muda. Além disso, não se sabe se os animais que tiveram uma elevada taxa de crescimento durante os 30 dias de exposição ao cádmio sofrerão efeitos a longo prazo decorrentes de tal exposição. Visto que os animais foram expostos a uma concentração de cádmio que realmente é encontrada no meio ambiente, o presente trabalho mostra que este é um metal que pode afetar biologia da espécie e a aquicultura deste importante camarão marinho. |