Concepções de profissionais da equipe Interdisciplinar sobre a prática do Psicólogo hospitalar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Raquel Giglio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191144
Resumo: A Psicologia está cada vez mais presente no contexto da saúde e a inserção do psicólogo em instituições hospitalares vêm crescendo nos últimos anos, em diferentes clínicas e especialidades médicas, demandando aperfeiçoamento e solidificação da prática deste profissional junto às equipes de saúde. Neste estudo, de caráter qualitativo, entrevistou-se 10 profissionais de saúde, sendo dois médicos; duas enfermeiras; duas fisioterapeutas; uma fonoaudióloga; uma nutricionista; uma assistente social e uma terapeuta ocupacional, pertencentes a equipes interdisciplinares de um hospital geral público, referência em urgências e emergências em trauma, neurologia e neurocirurgia, localizado na região centro-oeste do estado de São Paulo. Visou compreender como os profissionais identificam e concebem as diferentes possibilidades de atuação do psicólogo no hospital. As entrevistas semiestruturadas individuais foram gravadas em áudio e analisadas por meio da técnica da análise de conteúdo. Identificou-se 10 categorias que indicam a visão que os profissionais da equipe interdisciplinar possuem acerca do trabalho do psicólogo hospitalar e 2 categorias referentes à formação dos profissionais de saúde, revelando que os entrevistados reconhecem e valorizam o trabalho do psicólogo no hospital junto a pacientes, familiares e à própria equipe. Cada profissional identifica a necessidade de interconsultas e da intervenção psicológica, com base em sua própria prática profissional e experiências pessoais, resultando em percepções generalistas ou fragmentadas acerca das possibilidades de atuação do psicólogo hospitalar. No entanto, identificam com maior clareza a necessidade da intervenção psicológica em casos mais graves (cuidados paliativos, UTI, internações prolongadas, cirurgias e outros procedimentos invasivos), bem como, reportam a importância da ajuda psicológica nos casos de transtornos depressivos e ansiosos, e dependência química. Ressaltam a importância do psicólogo para auxiliar na adesão aos tratamentos e no enfrentamento da doença e internação, para pacientes e familiares. A superação do modelo biomédico é indiretamente abordada por alguns entrevistados, os quais citam a importância do psicólogo para se obter uma visão holística e integral do doente e de seu contexto, considerada essencial no processo de tratamento e que é falha na formação profissional. Os resultados mostram a necessidade de se buscar dar maior visibilidade à amplitude de possibilidades de intervenções preventivas e terapêuticas do psicólogo hospitalar, informando e clarificando suas ações em diversas situações na rotina do hospital e áreas de interface em saúde. Aponta-se a escassez de estudos específicos sobre o tema pesquisado, a necessidade de revisões nos conteúdos e oferecimentos de disciplinas de Psicologia nos cursos de graduação nas diferentes áreas de saúde e a importância de se incrementar as experiências de participação em equipes interdisciplinares na formação profissional. Ressalta-se, entretanto que a Psicologia Hospitalar vem se solidificando e, com base nos relatos dos profissionais entrevistados, o psicólogo é, hoje, visto como integrante essencial das equipes de saúde, capaz de auxiliar pacientes, familiares e os próprios profissionais da equipe, informando aspectos específicos relevantes para o tratamento integral e efetivo dos hospitalizados.