Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Brambilla, Eduardo Meneguzzi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/192337
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Resumo: |
Uma das melhores alternativas para minimizar os impactos de barramentos na ictiofauna de grandes rios é a conservação de seus tributários, que servem como rotas alternativas para migração reprodutiva e disponibilizam novos habitats necessários para desova e crescimento. Porém, devido a alta demanda de energia elétrica no país muitos destes tributários estão sendo barrados por Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Nesse contexto se destaca o rio Sapucaí-Mirim, um dos principais tributários do rio Grande. Uma importante ferramenta para avaliar o real impacto destes empreendimentos na reprodução e recrutamento de peixes é o estudo de ictioplâncton. Portanto, o objetivo geral deste trabalho foi avaliar os processos reprodutivos da ictiofauna, através da análise de ovos e larvas de peixe, em dois reservatórios de PCHs do rio Sapucaí-Mirim. As amostragens foram realizadas quinzenalmente, nos ciclos reprodutivos de novembro de 2015 a fevereiro de 2016 e novembro de 2016 a fevereiro de 2017 em oito pontos amostrais incluindo os trechos lótico, transição, lêntico e dentro da escada de peixes de cada um dos reservatórios. No total foram amostrados 5.004 ovos e 3.189 larvas de 22 táxons pertencentes a quatro ordens e 15 famílias. As famílias mais abundantes foram Anostomidae, Characidae, Pimelodidae e Prochilodontidae, com predominância de ovos e larvas de desenvolvimento inicial (larval vitelino e pré-flexão). A estrutura da assembléia de larvas de peixes e estágios de desenvolvimento, em ambos os ciclos reprodutivos, foram influenciados por fatores espaciais e temporais. Temporalmente, maiores densidades de ovos e larvas foram observadas em períodos com alta pluviosidade e alterações associadas nas variáveis ambientais. Espacialmente, maiores densidades de ovos foram encontradas no reservatório mais a montante e as densidades de larvas variaram de acordo com o ciclo reprodutivo. Os trechos com maiores densidades de ovos foram lóticos em 2015-2016 e transição em 2016-2017 e para larvas foi transição em ambos os ciclos. Houve dispersão descendente de ovos e larvas ao longo do trecho estudado sendo influenciada por uma combinação de variação de chuva/vazão do rio e período do ciclo reprodutivo com pico de chuva durante o verão coincidindo com maiores abundâncias. Sob essas condições, ovos e larvas derivaram rio abaixo através dos reservatórios e atingiram as barragens. Uma vez na barragem, os individuos puderam passar pela escada de peixes e foram correlacionados com a densidade no reservatório imediatamente a montante, embora em densidades muito baixas em comparação com os outros locais de amostragem. Houve também uma influência de eventos climáticos extremos na reprodução dos peixes, com um período de chuvas extremas apresentando 10 vezes mais ovos e larvas e maior proporção de espécies migradoras do que um período de seca extrema. Densidades de ovos e larvas foram correlacionadas positivamente com turbidez e vazão e negativamente com temperatura, sólidos totais em suspensão, condutividade e pH. Em conclusão, este trecho do rio Sapucaí-Mirim oferece condições adequadas para desova e deriva de ovos e larvas de importantes espécies migratórias da bacia hidrográfica. Portanto, esta é uma área crítica para o recrutamento de peixes e são necessários esforços para preservá-lo. |