Diferenciação de laticíferos articulados em plantas de Tabernaemontana catharinensis (Apocynaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Canaveze, Yve [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/138104
Resumo: Neste estudo buscamos avaliar diferentes aspectos da diferenciação de laticíferos. O crescimento intrusivo (capacidade de crescer penetrando a lamela média de células adjacentes) e a ação indutora dos laticíferos (capacidade de induzir uma célula vizinha a adquirir características de laticíferos) são mecanismos de crescimento interessantes que podem ocorrer nos laticíferos, mas que são mal compreendidos. O etileno e o ácido jasmônico são hormônios vegetais liberados durante a herbivoria e podem afetar a diferenciação de estruturas secretoras relacionadas à defesa, como laticíferos e ductos resiníferos. Utilizando métodos convencionais em microscopia eletrônica de transmissão, para caracterização da ultraestrutura celular, e imunocitoquímicos, para a detecção de componentes de parede celular, exploramos o desenvolvimento de laticíferos articulados anastomosados com crescimento intrusivo e a ação indutora dos laticíferos no embrião maduro e na planta de Tabernaemontana catharinensis A.DC. (Apocynaceae). Além disso, pulverizamos soluções de etileno 2%, ácido jasmônico 0,1% ou água deionizada em plantas (n = 33) de T. catharinensis cultivadas em condições controladas e avaliamos a influência destes reguladores vegetais sobre a diferenciação dos laticíferos nos tecidos primários e floema secundário. Ultraestruturalmente, verificamos que o processo de incorporação de células ao sistema laticífero é distinto no embrião e na planta. Entretanto, em ambos os casos, o protoplasto da célula incorporada adquire características semelhantes à de laticíferos, e a incorporação é restrita às células em contato com laticíferos. Os tratamentos imunocitoquímicos revelaram que as paredes celulares dos laticíferos e das células do meristema fundamental no embrião maduro marcaram de maneira semelhante para JIM7 e JIM5 (homogalaturonanos com grau de alta e baixa de metil-esterificação, respectivamente), LM6 ((1→5)-α-L-arabinanos) e BS400-2 (calose). Em porções indiferenciadas do ápice caulinar na planta, as paredes dos laticíferos marcaram mais intensamente para JIM5 e LM6 e exibiram fraca ou nenhuma marcação para LM5 ((1→4)-β-D-galactanos) e BS400-2 do que as células meristemáticas adjacentes. A detecção de epitopos glicanos no ápice caulinar da planta é compatível com crescimento intrusivo em laticíferos. Análises quantitativas revelaram que a diferenciação dos laticíferos originados do meristema fundamental (córtex e medula) é reduzida por etileno exógeno, enquanto o ácido jasmônico parece não influenciar a diferenciação dos laticíferos. A diferenciação dos laticíferos originados do procâmbio e do câmbio vascular parece não ser influenciada pelo etileno e ácido jasmônico exógenos. Assim, considerando as funções protetoras do látex, plantas tratadas com etileno exógeno podem ficar mais vulneráveis ao ataque de herbívoros e patógenos.