A apropriação dos princípios fundamentais da teoria da evolução e os alcances abstrativos na concepção de mundo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rosa, Júlia Mazinini [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157252
Resumo: A Pedagogia Histórico-Crítica estabelece algumas premissas que se colocam como ponto de partida para o estudo aqui apresentado, entre elas: a relação entre o trabalho educativo e a formação/transformação na concepção de mundo de alunos e professores é uma das preocupações centrais desta teoria pedagógica; o papel do conhecimento sistematizado se efetiva de maneira mais consistente quanto mais o ensino se aproxime de uma concepção materialista, histórica e dialética de mundo; ensinar conteúdos escolares é ensinar concepções de mundo veiculadas por eles. Desta forma, o presente trabalho, situado nas interfaces entre a Pedagogia Histórico-Crítica, a Psicologia Histórico-Cultural e a Filosofia da Biologia, pretende explicitar a relação entre a educação escolar e a formação da concepção de mundo, particularizada na mediação de conteúdos de ensino a partir da teoria evolucionista. Tomando como unidade de análise o trabalho pedagógico, buscou-se examinar os principais elementos da teoria da evolução como contribuições para a formação, por meio da educação escolar, de uma concepção objetiva de natureza; bem como elucidar as relações entre a construção de uma concepção objetiva de natureza e a elaboração de uma concepção científico-filosófica de mundo, tendo em vista apontar o potencial desenvolvente do ensino de Biologia para a edificação da mesma. O primeiro capítulo destinou-se a esclarecer as origens da concepção de mundo e a unidade de análise do objeto desta pesquisa (ambos fundados na atividade de trabalho). No segundo capítulo foram analisadas três dimensões distintas da concepção de mundo (filosófico-científica, psicológica e pedagógica) e estabelecidas as relações entre elas. O terceiro capítulo expôs um percurso pela história do método científico e da própria Biologia, com a finalidade de evidenciar as relações entre o pensamento biológico que institui a concepção de natureza e a formação da concepção de mundo; bem como caracterizar a concepção de natureza, teleológica e essencialista, predominante até o século XIX e já superada. Isto permitiu considerar que o ensino de Biologia fundamentado em concepções essencialistas, teleológicas e metafísicas de natureza não se identifica com o ensino do pensamento científico mais desenvolvido. O quarto e último capítulo destinou-se a explicar por que a concepção evolucionista de mundo é considerada revolucionária e analisar os fundamentos materialistas, históricos e dialéticos de alguns dos principais sistemas conceituais do pensamento evolutivo atual como conteúdos escolares. Foram analisados os conceitos de: organismo, população biológica, espécie, ancestralidade/descendência com modificações, seleção natural, adaptação, teleonomia. O percurso adotado nos possibilitou defender a tese de que o ensino e a apropriação de princípios fundamentais da teoria da evolução podem contribuir para a construção das bases da concepção materialista, histórica e dialética de natureza e de mundo.