Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Monteiro, Vanildo Palheta [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/139460
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Resumo: |
O Carimbó é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2014 e representa, em várias localidades do estado do Pará, um componente fundamental de tradição e identidade do povo paraense. Portanto, esta tese objetiva investigar a presença negra no Carimbó executado na Festividade do Glorioso São Benedito em Santarém Novo (PA), a partir dos seus aspectos originários, etimológicos, religiosos e, sobretudo, musicais. O presente trabalho é o resultado de várias pesquisas realizadas acerca dessa temática no período de 2009 a 2014, tanto bibliográficas quanto empíricas. As informações bibliográficas foram relevantes para definir as bases teóricas e metodológicas necessárias ao entendimento dos aspectos que caracterizam o estudo da presença negra na performance musical do Carimbó executado na Festividade de São Benedito em Santarém Novo, bem como dos assuntos relacionados ao catolicismo popular, à identidade, à tradição, às Irmandades negras no Pará, à religião, entre outros. Com base na abordagem qualitativa, foram adotadas a observação participante e a entrevista não estruturada. Por meio da coleta de dados, almejou-se compreender, analisar e categorizar os dados identificados, as percepções e perspectivas dos diversos sujeitos notadamente envolvidos com o Carimbó e suas próprias formas de entendimento, de acordo com a possibilidade de apreensão de tais sistemas. Logo, a aplicação do método etnográfico propiciou a valorização do conhecimento tradicional em torno do objeto de estudo pesquisado, haja vista os sujeitos envolvidos deterem as bases e concepções do que seja esse ritual. A notação em partitura foi usada em conjunto com outras formas de representação, como as gravações de áudio e vídeo e as fotografias. No que tange aos aspectos originários, verificou-se que tanto autores renomados quanto os tocadores da Irmandade reconhecem a procedência africana do tambor gerador. No tocante aos aspectos etimológicos, admitiu-se nesta tese que a mais procedente é a fonética, a qual, coincidentemente, resgata em seu bojo também a origem africana do termo Carimbó. Em relação ao aspecto religioso, verificou-se que, em Santarém Novo, os laços existentes entre sua Irmandade de Carimbó, São Benedito e sua festividade apresentam características advindas das “Irmandades negras”. No que tange ao aspecto musical dessa manifestação, com o trabalho de campo, constatou-se a importância dos instrumentos de percussão na sua constituição instrumental – sobretudo do seu essencial tambor, demarcador do tempo e do espaço ritualístico dessa festividade; e a presença da “síncope característica” de forma constante, não somente como uma possibilidade rítmica, mas como um provável elemento de identificação. Essa fórmula rítmica – a “síncope característica” – é uma das mais importantes surgidas nas Américas, no século XIX, por intermédio dos escravos africanos (CANÇADO, 1999), dado que valida também a tese aqui defendida. Os resultados obtidos poderão contribuir, mesmo parcialmente, aos estudos etnográficos no campo da música, além de fornecerem subsídios acerca do tema a outras áreas do conhecimento. |