Propriedades anisotrópicas e refrativas de córneas de coelhos, após implantação de inlays de colágeno tipo I extraído de tendão flexor digital superficial de bovino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Barros Sobrinho, Alexandre Augusto Franchi de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181956
Resumo: Membranas a base de colágeno tipo I extraído de tendão flexor digital superficial bovino foram estudados como possível matéria prima para confecção de inlays corneais. Elas foram implantadas nos estromas corneais de olhos direitos de 16 coelhos da raça Nova Zelândia Branco, adultos, machos ou fêmeas, em higidez sistêmica. Um “bolso” foi criado na região central de cada córnea para implantação e posicionamento da membrana (inlay) dentro do estroma anterior (grupo CM, 16 coelhos). Córneas com “bolso”, sem implantação de membranas (grupo SM, 16 coelhos), bem como córneas intactas (grupo controle, 4 coelhos sem qualquer procedimento cirúrgico) foram estudadas. Os grupos CM e SM foram avaliados clinicamente quanto a presença de blefarospasmo, hiperemia conjuntival, edema, secreção ocular e neovascularização e quanto às propriedades refrativas e a curvatura da córnea imediatamente antes (basal) e transcorridos 3, 7, 14, 21 e 28 dias de pós-operatório. Quatro animais dos grupos CM e SM, escolhidos ao acaso, foram submetidos à eutanásia ativa, em diferentes tempos, para colheita de córneas, as quais juntamente com córneas intactas do grupo controle, foram processadas para estudos comparativos em anisotropias ópticas (birrefringências total, de forma e intrínseca). Todas as variáveis contínuas foram testadas para a normalidade estatística. Diferenças com p < 0,05 foram consideradas significativas. Os procedimentos cirúrgicos realizados na córnea dos animais do grupo SM não alteraram a refração (p = 0,479). As córneas no grupo CM apresentaram-se com hipermetropia, astigmatismo e equivalente esférico alterados (vs. basal) a partir do terceiro dia de pós-operatório, e esses parâmetros se mantiveram alterados até o vigésimo oitavo dia de avaliação (p < 0,01). A curvatura corneal não foi alterada pelos procedimentos realizados nos grupos SM (p=0,3) e CM (p=0,28). Observaram-se elevações nas birrefringências totais e de forma das córneas nos grupos CM e SM, nos diferentes tempos avaliados, comparativamente às córneas no grupo controle. As proporções de aumento da birrefringência total foram de 4,15%, 2,98%, 2,99% e 2,79% no grupo CM e de 2,76%, 0,19%, 3,14% e 3,36% no grupo SM, aos 7, 14, 21 e 28 dias de pós-operatório, respectivamente. Os valores de birrefringência intrínseca oscilaram nos grupos estudados e entre os diferentes tempos de avaliação, representando mudanças em “turnover” associadas com remodelamento estromal. A membrana colagênica, à luz da histopatologia, mostrou-se segura, de degradação lenta, não tóxica e biocompatível com o tecido corneal de coelhos. Ademais, alterou tanto a refração corneal quanto a birrefringência total no curto prazo, porém sem alterar a curvatura corneal. Ela é portanto um material promissor para estudos futuros visando aperfeiçoamento e uso como inlays.