Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Barbin, Flávia Fazzio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204095
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Resumo: |
O câncer de tireoide (CT) é o mais comum da região da cabeça e pescoço e do sistema endócrino. A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) associada ao exame de ultrassonografia é o padrão-ouro para o diagnóstico pré-operatório do CT. Os achados citopatológicos da PAAF de tireoide são classificados em seis categorias de acordo com o Sistema de Bethesda (2017). Para casos diagnosticados como “atipias de significado indeterminado” (ASI), procede-se muitas vezes à tireoidectomia total, mas, comumente, os achados histopatológicos são de lesões benignas. Pesquisas moleculares têm sido feitas à procura de marcadores que diferenciem entre benignidade e malignidade nos materiais de PAAF de tireoide, sobretudo nos diagnósticos indeterminados. Contudo, ainda não foram encontrados marcadores que façam essa distinção com precisão. Torna-se, então, essencial, que haja marcadores capazes de distinguir tais lesões. Estudos prévios que utilizaram hibridização genômica comparativa por microarranjo demonstraram que os genes HMGA2, CLDN10 e LAMB3 se mostraram fortes candidatos para distinção entre lesões benignas e malignas de tireoide. O objetivo desse estudo foi analisar a imunoexpressão das proteínas codificadas por esses genes em amostras citológicas de PAAF classificadas como ASI, assim como em suas respectivas peças cirúrgicas. Para tanto, foram selecionadas as PAAFs de nódulos tireoidianos realizadas entre 2010 e 2015 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu-Unesp, cujos laudos citopatológicos foram de ASI, bem como suas respectivas peças cirúrgicas. Realizou-se a revisão dos esfregaços citológicos segundo o Sistema Bethesda (2017). Os casos discordantes foram submetidos à observação de um segundo revisor, autor da classificação acima citada. A comparação entre os resultados das duas revisões foi significativa. Após a revisão, os esfregaços e os cortes de parafina foram submetidos a reação imuno-citoquímca e imunohistoquimica, utilizando-se anticorpos cujos alvos eram as proteínas CLDN10, HMGA2 e LAMB3A. A avaliação imunocitoquímica resultou inconclusiva pois apenas dois casos revelaram imunopositividade, observada apenas para a proteína HMGA2. Na avaliação histológica, a proteína CLDN10 não demonstrou diferença na marcação de condições benignas e malignas. Já as proteínas LAMB3 e HMGA2 revelaram, isoladamente, que os escores de intensidade e extensão superiores a 2 foram associados à malignidade. As combinações de diferentes perfis de marcação de cada um dos anticorpos resultaram na formulação de seis diferentes grupos (G0 a G5). Em dois desses grupos, as associações com malignidade foram consideráveis, sendo de 87,50% para G2 e de 83,33% para G5. O perfil de marcação de G2 para o anticorpo LAMB3 é de intensidade 4 e extensão 3; para HMGA2 e CLDN10 ambos os parâmetros foram 0. O perfil de marcação do G5 para o LAMB3 também é de intensidade 4 e extensão 3, mas para CLDN10 observa-se intensidade 1 ou 3 e extensão 2 ou 3 e para o marcador HMGA2, intensidade 3 e extensão 2 ou 3. Além disso, a concepção de um modelo contendo variáveis com contribuição significativa para o diagnóstico de malignidade revelou a idade e intensidade do HMGA2 como fatores de proteção e, como fatores de risco, intensidade do LAMB3 e extensão do HMGA2. A revisão de casos diagnosticados como ASI por examinadores mais experientes permite um diagnóstico citológico definitivo para alguns casos e auxilia na triagem de casos que precisam de estudos complementares. A elaboração de um estudo prospectivo com coleta abundante de material para cell block permitiria testar estes marcadores em amostras citológicas, auxiliando na predição da malignidade para os nódulos tireoidianos diagnosticados como ASI e selecionando melhor os casos que necessitam de tratamento cirúrgico. |