Efeitos do exercício realizado antes e/ou durante a gestação na memória da prole submetida à privação maternal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carrazoni, Guilherme Salgado lattes
Orientador(a): Carpes, Pâmela Billig Mello lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Ciências Fisiológicas
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/5786
Resumo: O objetivo desta dissertação foi estudar o impacto do exercício físico realizado antes e/ou durante a gestação de ratas Wistar sobre diferentes tipos de memória da prole submetida a um protocolo de privação de cuidados maternais nos primeiros dias de vida. Para isto, foram utilizadas 24 ratas Wistar fêmeas e 12 ratos Wistar machos para concepção da ninhada. As ratas mães (n = 4/grupo) foram submetidas a 4 semanas de exercício físico aeróbico em esteira antes da gestação e 3 semanas durante a gestação, ou somente durante as 3 semanas de gestação (EM). Após o nascimento, a ninhada foi separada em grupo controle ou grupo privado (submetido ao protocolo de privação maternal do primeiro ao décimo dia pós-natal; DPN 1-10), e foram submetidos a testes de memória a partir do DPN 22 (fêmeas; n = 8-11/grupo) ou DPN 60 (machos; n = 7-13/grupo). A privação maternal resultou em déficits na memória de reconhecimento de objetos e social nos filhotes fêmeas pré-púberes e machos adultos jovens. O exercício físico realizado durante a gestação mostrou resultados positivos, prevenindo os déficits de memória de reconhecimento nos animais privados, além de promover a melhora de performance de aprendizagem espacial em fêmeas pré-púberes. Já quando o exercício físico foi realizado também previamente à gestação, não foram observados efeitos neuroprotetores. Esses resultados mostram que o exercício maternal realizado durante a gestação é capaz de proteger contra o desenvolvimento de déficits de memória causados pela privação maternal, porém, quando iniciado antes da gestação e continuado com redução da intensidade, os efeitos positivos não são observados. Hipotetizamos que os resultados benéficos observados no grupo EM podem estar relacionados a fatores epigenéticos, como aumento dos níveis hipocampais de acetilação da histona H3, o que é capaz de aumentar a expressão gênica do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). No grupo que iniciou o exercício antes da gestação tais mudanças podem não ocorrer devido à redução considerável de intensidade de treinamento, além de uma possível adaptação da maquinaria transcricional que não induziu alterações epigenéticas, aspectos que serão investigados em estudos futuros.