Avaliação radiológica da condição osteocondral de potros da raça brasileiro de hipismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Gonçalves, Lessana de Moura lattes
Orientador(a): Pozzobon, Ricardo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Ciência Animal
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/5779
Resumo: A condição osteocondral juvenil (COCJ) é caracterizada por um conjunto de alterações osteocondrais com mecanismos de lesão semelhantes que acometem o esqueleto imaturo e as articulações de potros em crescimento. A raça Brasileiro de Hipismo (BH) se originou de uma miscigenação de raças européias e sua utilização para a prática desportiva é bem difundida no Brasil e existe um grande investimento para o desenvolvimento genético da raça. O levantamento de dados sobre doenças que afetam esta raça ainda é pouco explorado, principalmente em relação à COCJ. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi estabelecer a prevalência e o grau de severidade de alterações osteocondrais em potros BH, além de detectar possíveis fatores de risco envolvidos no aparecimento destas alterações. Para tanto, foram avaliados radiologicamente, em um criatório com o manejo nutricional e sanitário conhecido, 78 potros de três diferentes gerações variando de 16 a 36 meses de idade, nascidos entre 2012 e 2014. As articulações avaliadas foram: metacarpofalangeana, do carpo, metatarsofalangeana, do tarso e femorotibiopatelar (FTP). Dados como mês de nascimento, gênero, pai, mãe, idade da mãe e enfermidade ao nascimento foram tabulados para avaliar a influência destes fatores na ocorrência de alterações osteocondrais. Alterações da condição osteocondral juvenil foram identificadas em 45 potros (57%), com 81 articulações acometidas. Dos 45 animais, 56% (n=25) apresentaram alteração em mais de uma articulação, sendo que 48% (12/25) deles apresentaram alteração bilateral. As articulações de maior ocorrência de alterações osteocondrais no total de animais foram metatarsofalangeana (28%) e do tarso (25%), seguidas das articulações metacarpofalangeana (19%), FTP 8% e carpo 6%. Quanto ao grau de severidade das alterações identificadas, as articulações que apresentaram alterações mais graves foram a metatarsofalangeana, metacarpofalangeana, seguida da FTP, tarso e carpo. As alterações frequentemente observadas nos potros acometidos foram 60% de fragmentos osteocondrais, 44% de animais com artropatias do tarso nas articulações intertarsiana distal e tarsometatarsiana, 6% de irregularidades e radioluscências na articulação FTP e 2% com lesão cística subcondral. Os fatores avaliados não influenciaram quando comparados com as alterações osteocondrais presentes. Portanto, concluímos que os potros BH são acometidos por alterações osteocondrais com uma prevalência considerável e, embora as articulações metatarsofalangeana e do tarso sejam as mais afetadas, a metatarsofalangeana e metacarpofalangeana apresentaram lesões mais graves. A implementação de avaliações radiológicas como ferramenta de diagnóstico é importante uma vez que permite o diagnóstico mais precoce, assim como a realização de um maior número de projeções radiográficas contribui para uma melhor avaliação da articulação.