Efeitos do extrato da Campomanesia xanthocarpa sobre parâmetros cardiovasculares em ratos tratados com frutose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Sant’Anna, Liane Santariano
Orientador(a): Moreira, Cleci Menezes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/193
Resumo: As doenças cardiovasculares representam a primeira causa de morte no Brasil, sendo estas, atualmente, bastante associadas a distúrbios metabólicos. A Síndrome Metabólica é o exemplo mais comum destes distúrbios, sendo caracterizada pelo agrupamento de fatores de risco cardiovascular como hipertensão arterial, resistência à insulina, hiperinsulinemia, intolerância à glicose/diabetes do tipo 2, obesidade central e dislipidemia. No sul do Brasil, a Campomanesia xanthocarpa, conhecida como guabiroba, tem sido empiricamente usada por seu efeito potencial em reduzir os níveis de colesterol sanguíneo, sendo confirmado em estudo com pacientes hipercolesterolêmicos. Os relatos populares acerca do uso tradicional do chá de suas folhas revelam sua utilização para diversas doenças, incluindo inflamatórias, renais, digestórias, entre outras. Embora a confiança nesses medicamentos seja benéfica para algumas pessoas, a informação fidedigna é fundamental, a toxicidade de medicamentos preparados com plantas pode parecer trivial, quando comparada com os tratamentos convencionais, entretanto é um problema sério de saúde pública. Diante de tantos potenciais e necessidades de estudos, este trabalho avaliou os efeitos da C. xanthocarpa sobre parâmetros hemodinâmicos e de contratilidade cardíaca em ratos com síndrome metabólica induzida por dieta rica em frutose e sua toxicidade aguda. Utilizou-se extrato aquoso das folhas de C. xanthocarpa preparado por infusão. Para avaliação da toxicidade desta planta foram realizados dois procedimentos simultâneos, a determinação da dose letal 50% e o “Screening Hipocrático”. Para avaliação das funções hepáticas e renais, foram feitas determinações de aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase, uréia e creatinina. Também foram coletados rim e fígado para análise histológica. Os animais foram tratados por 30 dias, a pressão arterial foi avaliada por medida direta da carótida e a contratilidade através dos músculos papilares do ventrículo esquerdo, foram ainda determinados parâmetros bioquímicos para avaliação dos perfis lipídico e glicídico através de kits comerciais. Não houve mortalidade dos animais durante a observação de 48h para cálculo de DL50, impossibilitando determiná-la, e nenhuma mudança no comportamento dos animais, em todos os parâmetros, foi observada. O extrato foi capaz de reverter à hipertensão e taquicardia causada pela frutose e causar inotropismo positivo, também diminuiu os níveis de triglicerídeos e aumentou o colesterol-HDL, sem causar qualquer toxicidade renal ou hepática, podendo ser, portanto, ingerido com segurança até a dose de 5g/dia e tornando-se uma possível alternativa natural para indivíduos com síndrome metabólica.