Avaliação da dor e do potencial analgésico do tramadol pós-injeção intraovariana de cloreto de cálcio em ratas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Campos, Gabrielle Christine de Souza lattes
Orientador(a): Thiesen, Roberto lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Ciência Animal
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4085
Resumo: A utilização de animais em pesquisas científicas ainda é frequente. Diversas são a situações onde não existem modelos experimentais in vitro que consigam atender os objetivos das pesquisas. Muitos desses estudos envolvem procedimentos cirúrgicos, os quais eticamente necessitam da identificação e do correto manejo da dor durante o período pós-operatório, visando o bem-estar animal. No entanto, a falta do componente verbal faz com que a avaliação de dor em animais seja mais difícil e os métodos menos precisos quando comparados aos empregados em humanos. Contudo, um sistema de codificação de dor em humanos não-verbais foi adaptado para a medicina veterinária. A escala ficou conhecida como Grimace Scale. Neste contexto, este estudo teve como objetivo identificar, por meio da Rat Grimace Scale (RGS), a presença de dor em ratas após a aplicação intraovariana de cloreto de cálcio em diferentes concentrações, assim como avaliar a eficácia analgésica do tramadol como analgesia de resgate, nos casos necessários. Para isso, foram utilizadas 30 ratas Wistar divididas aleatoriamente em três grupos: Grupo controle (GC, com aplicação intraovariana de cloreto de sódio 0,9%), Grupo 10 (G10, com aplicação intraovariana de cloreto de cálcio à 10%) e Grupo 20 (G20, com aplicação intraovariana de cloreto de cálcio à 20%). Os animais foram induzidos e mantidos anestesiados com isofluorano, para a aplicação dos tratamentos, guiada por ultrassom. Foi registrado o tempo de anestesia e de recuperação dos animais. A avaliação quanto a presença ou não de dor foi realizada aos 30 min e 1h, 1h30, 2h, 6h, 12h, 24h e 36 horas após a recuperação da anestesia, por dois avaliadores treinados no uso da escala e “cegos” aos tratamentos. Os animais que apresentaram escore final > 1 em qualquer momento da avaliação receberam 10 mg/kg de tramadol por via SC, como resgate analgésico. Os resultados demonstraram que os escores obtidos foram significativamente maiores no G20 quando comparados aos do GC a partir de 1h30 de avaliação e de 1h no G10. No entanto, a partir das 12h após a recuperação da anestesia, não houve mais diferenças entre os grupos até o término das avaliações. Em relação ao resgate analgésico, a porcentagem de animais resgatados foi significativamente maior no G20 (60%) quando comparado ao GC (10%) e G10 (10%). Nenhum animal necessitou de mais de um resgate. O uso da RGS demonstrou ser efetivo na identificação da dor nas ratas após injeção de cloreto de cálcio, evidenciado pelas diferenças encontradas entre os grupos. Também a dose de 10mg/kg de tramadol demonstrou ser efetiva no controle da dor, independente do tratamento.