Viabilidade de incorporação de resíduo de cromo proveniente de curtume em materiais cerâmicos, utilizando argilas distintas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Costa, Raphaela Moreira lattes
Orientador(a): Wagner, Caroline lattes
Banca de defesa: Arruda, Alexandre Denes lattes, Moura, Ronald Rolim de lattes, Lugokenski, Thiago Henrique lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Profissional Tecnologia Mineral
Departamento: Campus Caçapava do Sul
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4004
Resumo: A indústria da cerâmica abastece principalmente o setor da construção civil, um negócio que vem se destacando no Brasil devido à alta demanda por imóveis e reformas no país. Apesar da grande quantidade de reservas de argila espalhados pelo país, existem obstáculos devido a preocupação com o meio ambiente, que por meio de leis restritivas e unidades de conservação dificultam na disponibilidade destes recursos minerais. Além disso, a cerâmica é muito estudada para encapsulamento de resíduos, visando custo benefício e sustentabilidade. Um desses resíduos é o de cromo proveniente do curtimento de couro, tem características poluentes e de alta periculosidade, por conter cromo (Cr)III. Este trabalho tem por objetivo estudar a viabilidade da incorporação de resíduo de cromo proveniente de curtume em materiais cerâmicos, utilizando argilas distintas. Para isso, foi selecionada dois tipos de argila, coletadas em locais diferentes e moldados corpos cerâmicos, onde foram incorporados a massa da argila 0, 1 e 2% de resíduo de Cr e então extrusados. Em seguida foram secos e queimados nas temperaturas de 900ºC e 1050ºC, por fim foi possível realizar os ensaios para avaliar as características da cerâmica fabricada. A caracterização das matérias-primas mostrou através dos limites de Atterberg que a argila vermelha é mais plástica que a argila preta, as composições químicas das argilas foram semelhantes apresentando variações principalmente na quantidade de silício (Si), onde a argila preta contém 44,14% e a vermelha 38,79%, ferro (Fe) com 6,31% na argila preta e 5,39% na vermelha e potássio (K) com valores de 1,76% na argila preta e 0,51% na vermelha, o resíduo proveniente de curtume apresentou 8,03% de Cr e a argila preta possui maior quantidade de carbono que a argila vermelha, sendo de 0,86% para a argila vermelha e 2,92% para a argila preta. Em relação as propriedades físico-químicas da cerâmica, foi possível verificar a tendência de redução de absorção de água e porosidade quando aumentada a temperatura de 900ºC para 1050ºC, a argila vermelha aparenta maior massa específica aparente e retração linear que a argila preta e quanto a perda de massa ao fogo e tensão de ruptura, a tendência é de valores menores para a argila vermelha. Quanto a adição de cromo, associado a temperaturas de 1050ºC pode-se dizer que as cerâmicas constituídas de argila vermelha tiveram suas características melhoradas, principalmente a tensão de ruptura, já a argila preta apesar da redução de tensão ainda podem ser utilizados em todos os tipos de fabricação de tijolos. Desta forma, pode-se concluir que é possível a incorporação do resíduos com sais de cromo estudado em cerâmicas uma vez que o mesmo não altera os parâmetros de plasticidade e as propriedades físico-químicas das cerâmicas testadas.