Estudo dos mecanismos associados ao efeito tipo antidepressivo dos polifenóis hesperidina e mangiferina em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Donato, Franciele lattes
Orientador(a): Jesse, Cristiano Ricardo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Doutorado em Bioquímica
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4629
Resumo: O transtorno depressivo é um dos mais prevalentes dos transtornos mentais graves que contribuem para uma porção significativa da incapacidade relacionada à doença em todo o mundo. Considerando as promissoras propriedades farmacológicas dos polifenóis, este estudo tem por objetivo a investigação do efeito tipo antidepressivo dos polifenóis hesperidina e mangiferina, bem como os mecanismos envolvidos em camundongos. Obtiveram-se os seguintes resultados: (i) hesperidina e hesperetina produziram um efeito tipo antidepressivo semelhante no teste de suspensão da cauda (TSC) no tratamento crônico. Além disso, o pré-tratamento com L-arginina, sildenafil ou com SNAP foram capazes de reverter o efeito antidepressivo da hesperidina no TSC. Uma dose subefetiva de L-NNA, 7-NI, MB ou ODQ em combinação com uma dose subefetiva de hesperidina produziram efeito tipo antidepressivo. Além disso, os níveis de nitrato/nitrito diminuíram no hipocampo em tratamentos agudo e crônico com hesperidina. O tratamento crônico com hesperidina aumentou os níveis do fator neurotrófico derivado do cérebro do hipocampo. A hesperidina inibiu a via L-arginina-NO-GMPc; (ii) a administração de TEA, glibenclamida, caribdotoxina ou apamina combinada com uma dose subefetiva de hesperidina foram capazes de produzir um efeito tipo antidepressivo sinégico em TSC. Além disso, o efeito tipo antidepressivo provocado por uma dose efetiva de hesperidina no TSC foi abolido pelo tratamento com cromacalim ou minoxidil. Estes resultados sugerem que o efeito antidepressivo da hesperidina na TSC pode envolver, pelo menos em parte, a modulação da excitabilidade neuronal através da inibição dos canais de K+ e pode atuar através de um mecanismo dependente da inibição da via L-arginina-NO; (iii) mangiferina produziu um efeito tipo antidepressivo no teste do nado forçado (TNF) e TSC. O pré-tratamento com PCPA aboliu completamente o efeito tipo antidepressivo induzido pela mangiferina. O pré-tratamento com WAY100635, mas não com SB 224289, ritanserina, MDL 72222, GR 125487 ou SB 269970 preveniu o efeito tipo antidepressivo da mangiferina no TSC. O tratamento combinado de mangiferina com paroxetina ou sertralina demonstrou efeito tipo antidepressivo. Também aumentou os níveis de 5-HT hipocampal, enquanto os níveis de 5-HIAA diminuíram no córtex cerebral. A razão 5-HIAA/5-HT reduziu significativamente no hipocampo e córtex cerebral. Além disso, a mangiferina inibiu significativamente a captação sinaptosomal de [3H] 5-HT. Tomados em conjunto, a mangiferina demonstrou que o efeito tipo antidepressivo foi mediado pelos receptores 5-HT1A, provavelmente devido a alterações na modulação do sistema serotoninérgico, diminuindo o "turnover" de 5-HT e bloqueando a recaptação de 5-HT; (iv) o pré-tratamento com sulpirida, mas não com SCH23390 ou v haloperidol, preveniu o efeito tipo antidepressivo da mangiferina no TSC. Um efeito tipo antidepressivo combinatório na co-administração de doses subefetivas de mangiferina com apomorfina, mas não com SKF 38393. Efeito tipo antidepressivo sinérgico da administração combinada de doses sub-efetivas de bupropiona com mangiferina. Além disso, uma tendência para aumentar os níveis de dopamina, associado a uma diminuição nos níveis de DOPAC e HVA no córtex cerebral, hipocampo e estriado, enquanto reduções significativas, foram observadas apenas em níveis de DOPAC no hipocampo. Verificou-se também uma diminuição significativa no "turnover" de dopamina no hipocampo e estriado. Estes resultados indicam que o efeito antidepressivo da mangiferina depende da modulação do sistema dopaminérgico, mediado pelos receptores D2 da dopamina. Portanto os resultados sugerem que estes polifenóis podem ser uma nova estratégia terapêutica para o tratamento da depressão, assim como a sua associação com antidepressivos convencionais, que poderia ser usado para reduzir a dose destes fármacos.