Efeitos do extrato aquoso da murta (Blepharocalyx salicifolius) e possíveis mecanismos de ação envolvidos sobre os parâmetros hemodinâmicos de ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Fuão, Ana Paula Gai
Orientador(a): Moreira, Cleci Menezes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/523
Resumo: A hipertensão arterial sistêmica é fundamentada como uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. A progressão da doença está intimamente ligada com alterações estruturais e funcionais cardíacas e vasculares além de promover danos em alguns órgãos alvo, como os rins, cérebro, além das alterações metabólicas, que produzem um aumento sensível nos riscos de doenças cardiovasculares. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia a hipertensão arterial sistêmica apresenta uma alta prevalência e baixas taxas de controle, tornando-a um dos mais importantes problemas de saúde pública no Brasil. O uso de plantas medicinais para fins terapêuticos é bastante antigo e muitas vezes seu uso é absolutamente empírico, sem nenhum estudo científico que embase essa prática. A Blepharocalyx salicifolius, conhecida como Murta, apresenta várias utilidades terapêuticas baseadas no conhecimento popular, entre elas o uso como digestivo, antibacteriano, antiespasmódico e anti-hipertensivo, entre outros. No presente trabalho foi avaliado o efeito hipotensor do extrato aquoso da B. salicifolius em ratos normotensos, e analisado, através do uso do L-NAME, da losartan e do hexametônio, qual seria seu possível mecanismo de ação. A avaliação dos efeitos hemodinâmicos foi realizada em ratos wistar normotensos, anestesiados com uretana (1,4 mg/Kg i.p.) e via canulação da artéria carótida (para a verificação da PAS, PAD e FC) e da veia jugular (para administração do extrato e drogas). O primeiro protocolo foi realizado para verificação do efeito do extrato sobre os parâmetros hemodinâmicos, utilizando uma curva dose-crescente do extrato (10, 25, 50, 75 e 100 mg/Kg) via intravenosa individualmente (cada grupo contendo 6 animais). O extrato aquoso foi administrado após 30 minutos de estabilização no equipamento, e permaneceram por 60 min. O segundo protocolo foi para avaliar alguns dos possíveis mecanismos envolvidos na resposta hipotensora. Foram utilizados: um inibidor da óxido nítrico sintase - L-NAME (L-NG-nitroarginina metil ester) (30 mg/kg); um antagonista do receptor AT1 - Losartan, (10 mg/Kg), e um bloqueador ganglionar, Hexamêtonio (20mg/Kg). As drogas foram administradas após a estabilização, sendo feito uma nova estabilização para a administração do extrato (concentração 7,5 mg/Kg; volume de 200 μL) e registros realizados por 60 min. O extrato aquoso da B. salicifolius mostrou-se um potente hipotensor, reduzindo a pressão arterial de forma dose-independente, já que as quedas foram semelhantes indiferentemente da dose usada, sem provocar alterações na frequência cardíaca. Na avaliação dos possíveis mecanismos de ação foi observado que o bloqueio do receptor AT1 e administrado o extrato aquoso não houve modificação na hipotensão provocada pelo Losartan bem como após o bloqueio ganglionar com o hexametônio. Já quando induzida a hipertensão por L-NAME, o extrato aquoso causou queda de pressão arterial, sugerindo que a via do óxido nítrico não estaria envolvida. Estes resultados evidenciam pela primeira vez que o efeito hipotensor da administração aguda do extrato aquoso de Blepharocalyx salicifolius, possa ser via bloqueio dos receptores de angiotensina II tipo I e pela possível diminuição da resposta autonômica simpática.