Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Patrícia Martinez
 |
Orientador(a): |
Manfredini, Vanusa
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pampa
|
Programa de Pós-Graduação: |
Doutorado em Bioquímica
|
Departamento: |
Campus Uruguaiana
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4084
|
Resumo: |
O yacon (Smallanthus sonchifolius) é uma raiz tuberosa originária dos Andes, que vem despertando interesse devido suas propriedades medicinais. Popularmente a raiz é consumida in natura e as folhas na forma de chá para o tratamento do diabetes e distúrbio do colesterol. No entanto, pouco se sabe sobre outras propriedades dessa planta. Sendo assim o objetivo deste estudo foi avaliar a toxicidade in vitro dos extratos hidroalcoólicos das folhas e raízes do yacon, e também o efeito in vivo desses extratos sobre a neurotoxicidade induzida pela proteína β-amilóide (Aβ). Foi determinado o perfil fitoquímico da folha e raiz por cromatografia líquida de alto desempenho e para os testes in vitro foi realizado teste de viabilidade celular, atividade genotóxica e mutagênica em cultura de leucócitos nas concentrações de 1 μg/mL, 10 μg/mL, 50 μg/mL e 100 μg/mL; citotoxicidade e morte celular por apoptose na linhagem celular 3T3 (1 μg/mL, 10 μg/mL, 50 μg/mL, 100 μg/mL e 500 μg/mL). Investigamos também os efeitos da suplementação da folha e raiz do yacon na memória, no estado oxidativo do hipocampo e perfil bioquímico em um modelo de doença de Alzheimer (DA). Os animais dos grupos suplementados receberam o extrato por gavagem durante 14 dias consecutivos, no 15º dia os animais foram submetidos à cirurgia estereotáxica para injeção intrahipocampal de β-amilóide (Aβ). A suplementação foi mantida por mais 10 dias, até iniciarem os testes comportamentais. Foi realizado o teste de memória de reconhecimento de objetos (RO) e testes comportamentais. Parâmetros de estresse oxidativo foram avaliados no hipocampo através de metodologias clássicas. Os parâmetros bioquímicos foram analisados no soro por equipamento automatizado. Os principais compostos encontrados nas raízes e nas folhas foram os flavonóides quercetina e apigenina, respectivamente. Não foi observada atividade mutagênica nem citotóxica na cultura de leucócitos, já o potencial genotóxico foi observado nas doses mais elevadas de extrato de folhas (50 e 100 μg/mL) e raízes (100 μg/mL). As maiores concentrações do extrato da folha do yacon (50, 100 e 500 μg/mL) apresentaram atividade citotóxica e todas as concentrações induziram a apoptose nas células 3T3. Marcadores bioquímicos não mostraram diferença entre os grupos, com exceção dos níveis de glicose que estavam significativamente menores nos animais não-suplementados e submetidos a injeção intrahipocampal de Aβ. A folha e a raiz reduziram o estresse oxidativo no hipocampo, mas somente a suplementação com o extrato da folha do yacon evitou o déficit de memória induzido pela Aβ, no teste de memória de curta e longa duração. Estes resultados sugerem que o yacon é rico em compostos fenólicos e, em altas doses, pode apresentar um potencial tóxico. Hipotetizamos que os efeitos in vivo se devem pela maior concentração do composto fitoquímico apigenina nas folhas do yacon, já que estudos recentes indicam que esse composto possui um importante efeito neuroprotetor. Portanto, esse estudo demonstra as folhas do yacon como um candidato para futuro uso na prevenção e/ou tratamento da DA. |