Avaliação dos fatores comportamentais e neuroquimicos associados ao efeito da hesperidina em modelos da doença de Parkinson e de depressão em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Antunes, Michelle da Silva
Orientador(a): Jesse, Cristiano Ricardo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Doutorado em Bioquímica
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/3485
Resumo: A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente na população idosa, tendo como principal característica neuropatológica a depleção de dopamina (DA) estriatal, condição esta, que conduz ao aparecimento dos sintomas motores da doença. Além de sintomas motores, os pacientes acometidos com essa doença apresentam ainda sintomas não motores e neuropsiquiátricos onde destaca-se a depressão. Atualmente, nenhuma das drogas utilizadas é totalmente eficaz para a DP, nesse contexto, terapias promissoras ainda precisam ser exploradas. Alguns estudos demonstraram que o consumo de flavonoides podem diminuir a incidência e os sintomas de doenças neurodegenerativas e de transtornos depressivos. Nosso estudo anterior já constatou que o flavonoide hesperidina (4'-methoxy-7-O-rutinosyl-3',5-dihydroxyflavanone), intervém na DP e no comportamento tipo depressivo via estresse oxidativo, em um modelo induzido por 6-hidroxidopamina (6-OHDA) em camundongos. Baseando-se nas evidências, se torna interessante investigar o efeito da hesperidina em outros parâmetros da DP no modelo da 6-OHDA, além de seu efeito antidepressivo no modelo da bulbectomia olfatória (BO). Para avaliar a DP, a hesperidina ou o veículo (50 mg/kg) foram administrados via oral (gavagem) durante 28 dias. Após este período, os camundongos foram submetidos a testes comportamentais. Para avaliar a depressão no modelo OB, a hesperidina ou o veículo (50 mg/kg) foram administrados via oral (gavagem) durante 13 dias. Após este período, os camundongos foram submetidos aos testes comportamentais e neuroquímicos. No modelo induzido pela 6-OHDA, o tratamento com a hesperidina protegeu contra a inibição das enzimas mitocondriais dos complexos I, II, IV e V, da enzima Na+/K+ ATPase, diminuição do potencial de membrana mitocondrial, e aumento das atividades das caspases 3 e 9 e níveis de marcadores de inflamação. Além disso, a administração do flavonoide culminou na restauração dos níveis de fatores neurotroficos, assim como dos neurônios positivos para tirosina hidroxilase (TH), e níveis de DA e seus metabolitos no estriado. O tratamento com hesperidina também atenuou as alterações comportamentais de rotação, ansiedade, anedonia, memória e nos danos olfatórios induzidos pela 6-OHDA. No modelo de depressão induzido pela OB, o tratamento oral com hesperidina foi efetivo em reverter o declínio dos fatores neurotróficos, o aumento das citocinas pro-inflamatórias e da atividade da enzima acetilcolinesterase (AchE) no hipocampo, bem como o aumento da atividade locomotora, os prejuízos na memória, o comportamento tipo depressivo e a anedonia decorrentes da remoção dos bulbos. No modelo de DP induzido pela 6-OHDA pode-se propor que a hesperidina atua na restauração dos neurônios dopaminérgicos através do restabelecimento dos fatores neurotróficos, controle das citocinas, e modulação da atividade mitocondrial e apoptótica no estriado, o que reflete na recuperação dos prejuízos comportamentais. No modelo da depressão, indica-se que a reparação hipocampal sobre os fatores neurotróficos e marcadores inflamatórios são responsáveis pelo reestabelecimento comportamental no tratamento com hesperidina. Estes resultados certificam o efeito potencial da hesperidina no tratamento da DP e dos distúrbios depressivos, indicando que esse flavonoide pode atuar como terapia multialvo, associando DP e os transtornos mentais. Isso se deve à 4 regulação de fatores neurotróficos, inflamatórios e apoptóticos, atividades enzimáticas (AchE e Na+/K+ ATPase), disfunção mitocondrial e recuperação neuronal dopaminérgica.