Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Viçosa, Jucelino de |
Orientador(a): |
Berwanger, Maria Luiza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade La Salle
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Memoria Social e Bens Culturais (PPGMSBC)
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11690/750
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Resumo: |
A dissertação apresenta como objeto de estudo a configuração de paisagens de Itaqui-RS presentes nas letras das músicas selecionadas, consideradas como poemas, para evidenciar tanto a fisionomia local, quanto a caracterização das figuras mediadoras das paisagens observadas para, com esse pensamento, buscar comprovar que a paisagem local pode ser expandida. O corpus escolhido engloba as letras de músicas regionalistas/tradicionalistas, consideradas como poemas, enquanto descrição das paisagens de Itaqui, de autoria de José João Sampaio da Silva e Mário Rubens Battanoli de Lima, num período que abrange o ano de 1999, quando da publicação do livro Para alguns iluminados, a 2013, ano da gravação do cd Milongas de pampa y cielo, no caso de Silva; e de 1993 a 2013, período das gravações dos cds de Lima. Tendo como objetivo geral configurar as paisagens itaquienses evidenciadas no conjunto de poemas examinados como geografia simbólica. Já os objetivos específicos foram: indicar a utilização de diferentes memórias como elementos motivadores de uma construção poético-musical; analisar os tipos de paisagens presentes nos poemas; demonstrar os efeitos produzidos nos poemas da relação memória e paisagem; indicar marcas identitárias características do Rio Grande do Sul; enfocar a linguagem empregada na construção dos poemas. O referencial teórico relacionado às questões da memória dá ênfase a autores como Maurice Halbwachs (1990), Jöel Candau (2009; 2014) Michel Pollak (1989), Zilá Bernd (2013), entre outros; com relação às marcas identitárias foram enfocados autores como Jöel Candau (2014), Zilá Bernd (2011), Luis Augusto Fischer (2004), Maria Luiza Berwanger (2010), entre outros; sobre aspectos da linguagem expressa nos poemas o estudo apoiou-se em autores tais como Roland Barthes (1987; 2004) e Maria Luiza Berwanger (2010); quanto aos elementos da paisagem geográfica e subjetiva, buscou-se respaldo em autores como Michel Collot (2010; 2013), Maurice Halbwachs (1989), Maria Luiza Berwanger (2009; 2010), Carmem Lúcia Figueiredo (2010), e outros. Para falar de Itaqui como lugar mediador de paisagem, buscaram-se autores como Paulo Corrêa dos Santos (2008), Tanira Rodrigues Soares (2008), Ronaldo Colvero; Ataídes Assis (2012), além dos relatos dos viajantes Arsène Isabelle (1983), Robert Avé-Lallemant (1953) e Auguste de Saint-Hilaire (1974). No capítulo sobre o percurso metodológico empregado trabalhou-se com autores como Verena Alberti (2016), Suely Deslandes (s.d.), Maria Cecília de Souza Minayo (2011), entre outros. O poeta José João Sampaio da Silva irradia seu manancial poético a partir da paisagem da fronteira, na reprodução de costumes de um tempo que lhe são familiares, enquanto resultados de uma criação revestida de arte que reproduz o passado, com os olhos no presente e com o propósito de antecipar o futuro. Em Mário Rubens Battanoli de Lima, a produção poética busca reproduzir a natureza campeira numa convivência entre seres humanos e animais, com destaque para a integração do elemento humano com a paisagem natural. Pode-se dizer que tanto Silva quanto Lima buscam na memória aqueles elementos capazes de comporem o quadro paisagístico das lembranças por eles incorporadas, para transformá-las em poesia e se utilizam de suas recordações para reproduzirem fatos de um passado ao qual pertenceram ou tomaram conhecimento por meio de narrativas de outras pessoas. |