Surdez, gênero e sexualidade: um estudo sobre o imaginário social em uma escola de ensino fundamental bilíngue no Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Muller, Márcia Beatriz Cerutti
Orientador(a): Silva, Denise Regina Quaresma da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade La Salle
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11690/813
Resumo: Esta Tese tem como temática investigativa o Imaginário Social na Educação de Surdos em relação à surdez, gênero e sexualidade. Esta investigação faz interface entre as Linhas de , Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade La Salle. O Imaginário Social se refere a um sistema de significações que toda a sociedade possui. Referese, portanto, à dimensão simbólica, visto que o imaginário se utiliza deste para manifestar-se traduzindo as crenças, os mitos e as concepções implícitas existentes (Castoriadis,1982). Nesta perspectiva, insere-se nos Estudos Culturais (Silva, 2000), Estudos Surdos (Skliar, 2013; Thoma, 2016; Lopes, 2007) e Estudos de Gênero (Lebedeff, 2010; Louro, 2014; Quaresma da Silva, 2012). Apresenta como problema de pesquisa: quais discursos, em relação à surdez, gênero e sexualidade vêm influenciando o imaginário social de docentes de uma Escola de Ensino Fundamental Bilíngue para Surdos no sul do Brasil e suas implicações nas práticas pedagógicas? Tem como objetivo geral investigar o imaginário social, das/os docentes, em uma Escola Bilíngue, e suas concepções em relação à surdez e às pessoas surdas, à gênero e à sexualidade e o reflexo nas práticas pedagógicas, bem como verificar como as/os discentes surdas/os se percebem em relação às temáticas. Trata-se de uma pesquisa de cunho híbrido com abordagem quali-quantitativa, desenvolvida em duas fases, na primeira um estudo de caso, utilizando entrevistas reflexivas e observações para a coleta de informações e análise através da grounded-theory. E na segunda, a análise estatística de questionários estruturados através do software SPSS 24.0. Após as análises constatou-se que: participantes concordam que a Língua de Sinais é muito importante, no entanto, o grupo de discentes afirma usá-la muito pouco nas interações com a família; os grupos afirmam que a escola, às vezes, discute sobre gênero e sexualidade; há indícios de um silenciamento em relação aos temas sexualidade, gênero e diversidade; colaboram para tais obstáculos a falta de formação acadêmica e o imaginário cultural e historicamente construído. Neste sentido, as dificuldades não se fixam somente no espaço da escola bilíngue para surdos. Acredita -se na necessidade de mudança, não apenas nos textos legais, nos modos de nomear os outros diferentes, mas na maneira de olhar as pessoas, e as diferentes formas de expressão e comunicação. É inegável e inevitável recomendar o planejamento de intervenções/formação para que os profissionais da educação se sintam mais seguros para realizar um trabalho de promoção e qualidade de vida dos/as discentes surdos/as. Recomenda-se, portanto, a organização de políticas públicas que deem conta das especificidades das pessoas surdas, ressaltando a importância de, ao pensar o processo educativo, é essencial organizá-lo a partir da condição bilíngue de tais pessoas.