"A gente sempre aprende alguma coisa, inclusive a ser mulher”: reflexões sobre violência de gênero e memória coletiva em uma comunidade de Porto Alegre/RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Piffer, Bárbara Pilatti
Orientador(a): Accorssi, Aline
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade La Salle
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Memoria Social e Bens Culturais (PPGMSBC)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11690/716
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo construir com um grupo de mulheres que passam ou passaram por situação de violência os significados de “ser mulher”. Para tanto, resgata da memória coletiva estereótipos e visões socialmente construídas dessa categoria de gênero, assim como esses estereótipos e visões influenciam a violência de gênero. Foram utilizadas as teorias das feministas pósmodernas para embasar o conceito de gênero como uma construção social e o termo “violência de gênero” como algo que traz consigo a carga histórica das relações sociais e, por consequência, as hierarquias perpetuadas de gênero. O delineamento da metodologia é qualitativo. Foram feitas entrevistas semiestruturadas com três mulheres. Na análise dos dados, as categorias de análise desenvolvidas a partir dos resultados foram: violência de gênero, tipificação e rompimento de relações abusivas, memória coletiva e estereótipos de gênero, e reconstrução do “ser mulher”. Os relatos analisados combinados à respectiva literatura trazem evidências de que a memória coletiva estereotipada da mulher baseada em definições essencialistas colabora com a manutenção da violência de gênero. Concluímos que, após o rompimento da relação violenta, as mulheres entraram em um processo de ressignificação de suas identidades como mulher. As mulheres mudaram seu modo de interpretar a violência sofrida e de ver as relações entre homem e mulher. Também percebemos uma transformação na leitura do que é ser mulher. A pesquisa está inserida na linha Memória, Cultura e Identidade, do Mestrado em Memória Social e Bens Culturais.