Avaliação do leito cultivado com Zantedeschia aethiopica, de fluxo vertical ascendente, como pós-tratamento de reator anaeróbio de fluxo ascendente visando a remoção de matéria orgânica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Contim, Adriana lattes
Orientador(a): Cubas, Selma lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Positivo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2384
Resumo: A tecnologia anaeróbia consiste em uma tendência atual no tratamento de águas residuárias, mas apresenta a necessidade de pós-tratamento de seu efluente para complementar a remoção de matéria orgânica e de nutrientes. Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência de tratamento do Leito Cultivado com a macrófita Zantedeschia aethiopica, de fluxo vertical ascendente, em escala de bancada, como pós-tratamento de Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente - RAFA para a remoção de matéria orgânica. Um leito não vegetado, com as mesmas dimensões e características do Leito Cultivado (LC) foi utilizado como controle. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas distintas. Na primeira etapa o RAFA e os leitos tiveram argila expandida como meio suporte e receberam uma camada superficial de fibra de coco. O sistema, nesta fase, foi operado em batelada com tempo de ciclo de 48 horas e alimentado com água do Ribeirão dos Müller, situado em Curitiba – PR. Os resultados obtidos indicam eficiência média de remoção de matéria orgânica de 40,45 ± 22,17% para o RAFA, 9,42 ± 14,20% para o LC e 28,89 ± 23,20% para o leito controle. A pequena eficiência do sistema e alguns problemas operacionais motivaram modificações, que constituíram a segunda etapa da pesquisa. O sistema passou a ser operado em fluxo contínuo, com tempo de detenção hidráulica de 20 h no RAFA e 24 h nos leitos e alimentado com água residuária sintética. O meio suporte dos leitos passou a ser constituído por camadas de argila expandida, brita nº 1, pedriscos e areia média. Desta forma, o LC apresentou valores de eficiências médias de remoção de matéria orgânica de 59,46 ± 22,14 % para DQO bruta e 56,95 ± 28,66 % para DQO filtrada. Esses valores de eficiência são maiores que os valores encontrados no leito controle, indicando a interferência das plantas no sistema de pós-tratamento. Durante toda a pesquisa os leitos apresentaram comportamento bastante instável em relação à concentração de sólidos suspensos totais. Os valores médios encontrados de pH no sistema de tratamento situam-se acima de 8,0, indicando a geração de alcalinidade no sistema e o tamponamento do meio. Foram encontradas concentrações desprezíveis de sulfeto dissolvido no líquido em todo o sistema de tratamento. O RAFA apresentou o maior valor de concentração média de sulfato, indicando a possibilidade de ocorrência de sulfetogênese. No LC ocorreram reações de redução de sulfato nas camadas inferiores e o sulfeto assim produzido foi oxidado pelo oxigênio fornecido pelas plantas, reduzindo o odor do efluente. A eficiência média global encontrada para o sistema RAFA + LC foi de 82,68 ± 11,84% para DQO bruta e 80,83 ± 15,87% para DQO filtrada, satisfazendo alguns padrões de lançamento de efluentes em corpos d’água. Apesar do LC produzir eficiência no pós-tratamento, as plantas não apresentaram um desenvolvimento satisfatório. Atribui-se este fato a pouca incidência de luz solar no laboratório e, também, porque permaneciam com parte de sua estrutura submersa no líquido.