Diagnóstico ambiental em saúde: Ecoepidemiologia da Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado do Acre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Ribeiro, Mateus Duarte lattes
Orientador(a): Andrade, Mônica de lattes
Banca de defesa: Zaia, José Eduardo lattes, Camargo, Luís Marcelo Aranha lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Promoção de Saúde
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/581
Resumo: O objetivo do presente estudo foi analisar a distribuição espacial da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) no Estado do Acre, entre 2001 e 2010, por meio da análise do perfil epidemiológico e de análises de correlação entre o coeficiente de detecção da doença e as condições de moradia, saneamento e energia elétrica. Para este estudo utilizou-se os casos de LTA notificados no Estado do Acre do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram realizados dois estudos, o primeiro descrevendo o perfil epidemiológico (Capítulo 2) e o segundo correlacionando LTA com condições de moradia (Capítulo 3). As análises foram desenvolvidas utilizando técnicas de análise multivariada e o software Statistica (Statsoft 7.0). Foram notificados 10.984 casos no período de estudo. No primeiro estudo, os resultados indicaram agrupamentos do perfil epidemiológico dos pacientes de LTA em três grupos. No primeiro grupo, o perfil epidemiológico consiste em mulheres, com predominância da forma clínica mucosa, idade até 20 anos e que vivem e trabalham em áreas rurais e florestais; no segundo grupo, o perfil epidemiológico consiste em pacientes do sexo masculino, com forma clínica cutânea, com mais de 40 anos de idade e que vivem e trabalham em áreas urbanas; e no terceiro grupo houve predomínio do sexo masculino, a forma clínica cutânea, com idades entre 20 e 40 anos de idade, vivendo e trabalhando em áreas rurais. No estudo sobre as condições de moradia, a Análise de Componentes Principais (ACP) sugeriu a associação direta entre LTA e características inadequadas de moradia, tais como, captação de água de abastecimento em rios, lagos ou igarapés e armazenamento de água da chuva, destinação inadequada de resíduos sólidos (jogados em terrenos baldios ou logradouros) e não possuir energia elétrica em áreas rurais; e em áreas rurais e urbanas de não ter banheiro ou esgotamento sanitário; a ACP também sugeriu associação inversa, entre a ocorrência da LTA e o esgotamento sanitário utilizando fossa séptica, em áreas urbanas. É possível que a hiper-endemicidade da LTA nessa área esteja relacionada com a adaptação dos ciclos de transmissão para ambientes peridomiciliares e expandindo-se para áreas anteriormente não endêmicas, como resultado da urbanização desordenada e do desmatamento e, ainda, as condições inadequadas de moradia que contribuem para o aumento da exposição da população aos vetores da LTA.