A ação da mulher empreendedora sob a perspectiva sóciohistórica de González Rey

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Ferreira, Jane Mendes lattes
Orientador(a): Nogueira, Eloy Eros da Silva lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Positivo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Administração
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
-
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2784
Resumo: Alguns pesquisadores têm defendido que as diferenças entre a participação do homem e da mulher no mundo dos negócios são, em parte, função de uma condição histórica que relegou à mulher um papel secundário neste ambiente. Além disso, há pouca produção científica sobre o tema, sendo a maior parte concentrada na descrição de características associadas aos empreendedores de forma geral e, entre tais estudos, encontram-se aqueles que buscam definir as peculiaridades das mulheres frente aos negócios. Há, então, espaço para pesquisas que tratem o fenômeno sob novos enfoques. Por tais razões, propõe-se nesta produção acadêmica, apresentar uma pesquisa sobre empreendedorismo feminino utilizando como pano de fundo a subjetividade em uma concepção sócio-histórica. O conceito de subjetividade que norteou a presente tese é aquele adotado por Fernando González Rey e, portanto, fundamentado no trabalho de Lev Vigotski. A subjetividade, para o pensador cubano, é considerada como um sistema complexo e plurideterminado. Dessa forma, os processos de constituição do indivíduo são configurados por meio de diferentes forças e mantêm-se em permanente transformação. Na pesquisa buscou-se verificar como se apresenta a constituição subjetiva da mulher empreendedora a partir de uma concepção sócio-histórica. Para tanto, foram feitas entrevistas com quatro mulheres proprietárias de empresas. Além da entrevista, foi ainda aplicado um instrumento de complementos de frases. A pesquisa pode ser considerada como possuindo um caráter construtivo-interpretativo na qual o pesquisador também é um sujeito da pesquisa porque é ele quem cria espaços de inteligibilidade sobre o tema. O modelo de ciência adotado nesta pesquisa valoriza o singular e a validade da pesquisa concentra-se na capacidade de ampliar as alternativas o conhecimento sobre o fenômeno estudado. Os resultados apontam para o empreendedorismo como um fenômeno social em que a configuração subjetiva das empreendedoras é, cada uma à sua maneira, formada por elementos que reforçam a subjetividade social outros que a desafiam. As empreendedoras vivem o empreendedorismo no seu dia-a-dia, na concretude de sua experiência, e, sem diluir-se em grupos protetores, guardam sua configuração subjetiva de forma única. Dessa forma, pode-se entender que a forma “correta” de ser mulher e empreendedora foi forjada no social. No entanto, o fenômeno somente pode ser entendido a partir do caráter ativo e constituinte das mulheres “que fazem gênero” e que são empreendedoras. Não significa, no entanto, que elas sejam apenas produto do meio, pois tanto são produtos da cultura, como também constituem a cultura no processo de desenvolvimento. A atividade empreendedora que elas desempenham e as representações sociais que a sociedade lhes impõe por meio das diversas vias da subjetividade social são configuradas subjetivamente. No entanto, a empreendedora não expressa somente sua condição de mulher de negócios, mas sua condição social. As experiências e a relação com o outro são subjetivadas e resultam em uma forma específica de empreender. No entanto, não é uma forma estática, não cessa de renovar-se.